Memória LEOUVE

Não erramos sozinhos

Não erramos sozinhos

 

Porque nos obrigam a escutar a propaganda eleitoral gratuita que começou a ser veiculada hoje? Só vejo um motivo maior: porque se fosse facultativo ninguém iria ouvir; dependesse das emissoras de rádio que são obrigadas a reproduzir as peças de oratória, também estas não o fariam a não ser por um custo elevado, já que ninguém se interessa mesmo. Haveria fuga de audiência.

 

Por fim, se fosse possível cobrar, as emissoras cobrariam caro e antecipado, porque sabemos qual é a reputação dos partidos e coligações.

 

Então a justiça eleitoral, através de contas complicadíssimas e levando em conta a representatividade dos partidos no Congresso, bem coo a composição das coligações distribui os segundos aos candidatos. Então, por quase 40 dias estaremos sujeitos a 70 minutos diários com dois blocos de dez minutos (sete da manhã e ao meio-dia) além de 140 inserções de 30 segundos distribuídas ao longo do dia. Esta é uma artimanha de morte. Quem assiste TV ou escuta rádio, não tem como se livrar e, novamente, me pergunto por que? Arrisco a seguinte explicação: somos obrigados a votar. Então somos impelidos a ter um mínimo conhecimento sobre quem são os candidatos. Pode não ser o mais certo, mas guarda coerência. Obriga aqui, obriga ali.

 

 

Mas, mais do que o aborrecimento desta chatice que é a propaganda, vem a questão fundamental: por que votamos em quem votamos?  Proximidade, levamos alguma vantagem; um cargo; um terno de camisas ou o telhado do clube, um projeto de nosso interesse.

 

É importante que cada um possa refletir sobre o que leva um candidato a tentar se eleger. Ele está pensando no coletivo ou apenas em tirar vantagens do cargo para se locupletar, ou como dizem, sonhar com voos maiores? Se examinar um pouco mais o eleitor vai encontrar motivos para votar em um ou outro e para não votar em muitos.

 

Por fim, cabe sempre um consolo Vote tranquilo. Uma andorinha não faz verão e um voto sozinho não elege uma nulidade. São precisos muitos votos para eleger um cara ruim. E se contar que realmente errou sempre é possível corrigir daqui a quatro anos.