Memória LEOUVE

Não à Guarda Municipal

Não à Guarda Municipal

Não gosto da ideia da criação de uma guarda municipal. A verdade é que eu já tinha dito isto lá há quatro, cinco anos atrás quando o então prefeito Roberto Lunelli defendeu a criação da Guarda. As razões para tanto são muitas e em seguida vou enumerá-las.

 

Pra começo de conversa vamos lembrar que não gosto desta coisa de criar dificuldades para vender facilidades. E é isto que temos visto nesta província de São Pedro. O Governo do Estado está quebrado. Deixa de fazer o que lhe cabe. A violência aumenta e a saída apontada é os municípios arcarem com obrigações que não são suas. Fácil, fácil.

 

Mas fácil pra quem mesmo? Para o governo que se livra deste monstruoso e complicado problema. E, de fato, só há uma solução simples pra problemas intrincados: passar a solução pre outro. A questão é quem nem sempre da certo.

 

Então vamos lá. Há umas das décadas Bento Gonçalves criou um departamento municipal de trânsito. Fez concurso e empurrou umas boas três dezenas de fiscais para dentro do serviços público. Dizem – assim no plural – que a guarda criou vida própria. É quase inadministrável e custa caro. Os agentes receberam dentro desta administração um adicional por risco de vida de cem por cento. O salário no contracheque é de mais de quatro mil reais mensais. Então, quanto custa uma DMT? Quanto custará e por quantos anos uma guarda municipal?

 

Se há gente que não aceita a autoridade de um policial militar – aqui no RS um brigadinano – o que esperar depois de respeito por um guarda municipal? Quanta encrenca pela frente. Quanto custo. E sem qualquer garantia de que vá funcionar.

 

Ora, antes de implantar esta milícia armada, há muitas outras iniciativas que podem ser tomadas. Podem e devem. Por exemplo a construção de presídios. Por exemplo, pagar melhor os brigadianos para que mais gente se sinta atraída pela carreira; uma reforma no código penal superado e ineficiente.

 

Se o município quer mesmo investir em segurança que o faça emprestando apoio às polícias do estado, equipando bombeiros, delegacias, quartéis. Forçando a construção do presídio. Educando e investindo em assistência social permitindo uma família estruturada e com valores.

Estimulando o controle do contrabando de armas e promovendo uma nova campanha de desarmamento. Desarmar os bandidos é bem mais difícil do que cidadãos trabalhadores.

 

Mas, é claro, isto não quer dizer que eu esteja abrindo meu voto. Dificilmente convergiremos numa plataforma inteira de um candidato. 

 

 

Mas ao fim e ao cabo tenho a convicção de que com a atual distribuição dos impostos, é impossível que municípios arquem com mais este custo. O Rio Grande está quebrado. O país tem déficit de 140 bi anuais. Querem o mesmo caminho para os municípios, que é onde a gente mora? Não aceito isto passivamente.