Memória LEOUVE

Na bandeja a ser comido

Na bandeja a ser comido

Antes de cair exonerado, o agora ex-todo poderoso do governo provisório, Romero Jucá, foi da empáfia do “não tenho nada a temer” até a cara-de-pau do pedido de licenciamento do Ministério do Planejamento depois que vazou sua conversinha nada inocente com o presidente da Transpetro, como ele, investigado pela Lava-Jato.

 

O pessoal que aluga o Planalto chamou de saída honrosa, mas, cá pra nós, honroso parece ser um termo que definitivamente não dá pra ser associado a essa turma. No papo entre amigos, Jucá disse com todas as letras que só a queda de Dilma e a ascensão de Temer poderia barrar a Lava-Jato.

 

 

Ele disse que “tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria”. E tudo que Jucá disse depois é conversa pra boi de piranha dormir. Todo mundo na bandeja a ser comido quer um pacto pra barrar a Lava-Jato.

 

O temerário Temer montou um governo de políticos, juntou vários partidos envolvidos até os gorgomilos com a corrupção, não se importou se os indicados para os ministérios eram investigados na Lava-Jato, colocou um ficha suja como seu líder de governo.

 

Jucá vai voltar mais forte, dizem uns tucanos amedrontados porque o poleiro caiu; Jucá vai continuar ajudando o Brasil, dizem inflamados peemedebistas na ânsia de manter a pantomima do governo de salvação nacional.

 

Mas hoje ficou claro que esse governo quer é salvar a própria pele.

 

Porque Jucá não é só mais um que morre pela própria boca. Jucá é o impeachment, Jucá é o PMDB, Jucá é o próprio governo provisório. E por isso tudo que ele disse está saindo exatamente como ele planejou. Jucá, Eduardo Cunha e Michel Temer são farinha do mesmo saco, propina do mesmo bolso.

 

A verdade é que, pra quem espera o verdadeiro combate à corrupção, o governo do temerário Temer morreu ao nascer investigado, e agora confessado.

 

Mas não se iludam: Jucá será salvo, Eduardo Cunha será salvo, Temer será salvo.

 

Porque não foi à toa que Janot não vazou o grampo de Jucá antes de Temer sentar na cadeira do Planalto.

 

Porque não foi o acaso que fez Cunha ser afastado somente depois de passar o impeachment.

 

Porque não é coincidência que Gilmar Mendes arquivou as denúncias contra Aécio nos primeiros dias do governo Temer.

 

 

Porque eles são todos um só governo, e porque coincidências não existem.