Memória LEOUVE

Ministra do STF quer que governo, senado e câmara se posicionem sobre o aborto

Ministra do STF quer que governo, senado e câmara se posicionem sobre o aborto

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber, relatora da ação ajuizada pelo PSol que pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez, determinou na segunda-feira, dia 27, que o presidente Michel Temer, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados se posicionem sobre o caso dentro de um prazo de cinco dias.

 

Ela também solicitou que a ministra-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Grace Mendonça, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviem pareceres sobre a ação. 

 

Conforme o Psol, a criminalização do aborto afeta "desproporcionalmente" mulheres negras e indígenas, pobres, de baixa escolaridade e que vivem distante de centros urbanos, "onde os métodos para a realização de um aborto são mais inseguros do que aqueles utilizados por mulheres com maior acesso à informação e poder econômico, resultando em uma grave afronta ao princípio da não discriminação".

 

Na ação, o partido pede que seja concedida liminar para suspender prisões em flagrante, inquéritos policiais e andamento de processos cujas decisões judiciais se basearam nos artigos 124 e 126 do Código Penal. Esses dispositivos do Código Penal determinam que o aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento deve ser punido com um a três anos de detenção. No caso de aborto provocado por terceiros, com o consentimento da gestante, a pena é de um a quatro anos.