Vou fazer uma queixa, mas não é que esteja chateado, não me compreenda mal.
Na verdade fico até lisonjeado quando me dirigem aquela indagação que emerge a cada quatro anos: e aí, quem tu achas que vai ganhar a eleição?
Dou uma enrolada, lembro que me dou bem com todos eles (força da profissão?), aponto vantagens e pecados de cada um – sim, você tem razão, dou uma de jurado e, sem escrúpulos, julgo mesmo, afinal a pergunta feita pelo interlocutor me deu esta prerrogativa.
Olha, desde que moro na terrinha, lá se vão mais de 30 anos, só teve uma eleição que eram favas contadas. Foi a reeleição do Darci Pozza, que agora em setembro completa quatro anos do seu calvário. Fora esta, sempre foi tudo muito imprevisível, muito apertado. Decidido nos últimos dias, com reviravoltas, golpes baixos, tiros (bem, tiros eu não sei), sobretudo, folhetos apócrifos difamando este ou aquele candidato que aqui não é nenhum velho oeste.
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Nada me leva a crer que este ano será diferente. Temos quatro candidatos que não estão dispostos a jogar a toalha e acho que nem devem mesmo. Claro que a divisão de votos favorece sempre o candidato da situação. Mas isto não é garantia de nada.
O que sei é que o povo julgará os últimos quatro anos, os últimos oito e até os últimos 12. Uns vão procurar expor obras, outros obras inacabadas ou atrasadas. Tem que dirá que faltam recursos ou que estes foram mal geridos.
Agora, sendo sincero, sei que conteúdo programático é importante; sei que conhecer o candidato pesa; que olhar o seu passado pode dar bons indicativos sobre o futuro. Mas a massa de eleitores não costuma ser criteriosa em sua escolha. Eleitor gosta de se deixar levar pelos ventos do momento e pela empatia do candidato. Então ter um bom discurso pode ajudar; ter currículo positivo é desejável. Ser bem assessorado e ver com antecedência mínima os humores do eleitorado é vital. Mas uma coisa é certa: até mesmo as pesquisas científicas têm errado. Como não sou Nostradamus, não tenho a menor ideia sobre quem vai ganhar a eleição.
A boa notícia é que o grupo RS Com estará promovendo o debate entre os candidatos de BG em 12 de setembro. A partir deste dia, faltando ainda 20 para a eleição, haverá desdobramentos e mais clareza sobre quem é quem. Mas daí a dizer que fulano ou beltrano vai ganhar, tudo isto será chute e torcida. Ou ainda, tentativa de induzir o eleitor a votar naquele que “vai ganhar”.
