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Mário Gabardo renuncia ao cargo de vice-prefeito de Bento

Mário Gabardo renuncia ao cargo de vice-prefeito de Bento

Alegando um descompasso com as decisões da administração municipal e o que seria o descumprimento do programa de governo papara o qual foi eleito, o vice-prefeito de Bento Gonçalves, Mário Gabardo (PMDB), renunciou ao cargo na manhã desta quinta-feira, dia 23. Ele apresentou em entrevista coletiva uma carta aberta explicando os motivos que o levaram a tomar a decisão e, logo depois, protocolou o pedido de renúncia na Câmara de Vereadores.

 

Gabardo saiu afirmando que o compromisso com melhorias para a sociedade foi deixado “em segundo plano”. O político se referia principalmente a decisões como a não implantação da guarda municipal, uma suposta falta de iniciativa para viabilizar a construção do hospital público, a implantação de um pronto atendimento na zona norte da cidade e o pouco esforço para a construção do centro administrativo.

 

“Essa minha posição, essa minha atitude, corresponde às expectativas da população de Bento Gonçalves, que queria um programa de governo sério, transparente, que fossem respeitadas as propostas de governo e que assim se viabilizasse, por exemplo, a construção do hospital público e que se tornasse efetiva a criação da guarda municipal, se estabelecessem programas que estavam escritos e registrados junto ao Tribunal Superior Eleitoral", afirmou.

 

Gabardo disse que o rompimento da coligação entre o PMDB e o PP, concretizada em fevereiro deste ano, e a consequente transferência do local do gabinete do vice anteciparam uma decisão que, segundo ele, foi difícil de ser tomada. “Nesse meio tempo se afloraram cada vez mais os isolamentos, o desprezo, a desconsideração do cargo de vice-prefeito aqui em Bento Gonçalves”, revelou.

 

Mesmo assim, o agora ex-vice prefeito afirmou que sai de cabeça erguida. “Não renuncio aos meus princípios de honestidade e de saber a ouvir a população. Não estou apegado a cargos”, garantiu.

 

Embora Gabardo não tenha se referido às eleições municipais deste ano como um dos fatores que levaram à renúncia, a possibilidade de que ele tivesse que assumir o exercício do cargo de prefeito e, consequentemente, tornar inelegível o seu filho, César Gabardo, que já assumiu sua pré-candidatura a prefeito pelo PMDB, teve seu peso na decisão.

 

"Se pesa, e em parte poderá pesar, porque o próprio PP ingressou com uma ação no Tribunal de Justiça enquanto estava tratando de assuntos de interesse do município em Brasília, no retorno vi que havia essa intenção de transferir o cargo. Para minha surpresa, tomei conhecimento dos procedimentos de um partido que, infelizmente, tem se tornado história de não ser tão democrático e aplicar em vez do diálogo outros mecanismos que não são da melhor espécie de interesse público e comunitário para nossa sociedade", denunciou Gabardo. O PP nega que teria entrado com a ação.

 

Em outro momento polêmico da entrevista, Gabardo afirmou que o governo Pasin deverá encerrar com uma dívida de R$ 80 milhões, entre compromissos futuros e contas que não foram saldadas. "É só verificar no portal da transparência", garantiu.