Memória LEOUVE

Mar verde em Imbé e muro no México

Mar verde em Imbé e muro no México

Estamos chegando ao final de um janeiro como poucas vezes vimos. A boa notícia é que não teve temporal com aquelas trágicas consequências como já se viu por aí. Outra coisa, o mar dos gaúchos está limpinho e esverdeado e diz que até morna a água já andou. O melhor elogio é dizer “parece Santa Catarina”. Está certo que tem o perigo das águas vivas.

 

Mas tem notícia ruim às pampas sim. Vejam que em Caxias já começou aquela trágica contabilidade. São ao menos dez mortes violentas até o momento e nestes ritmo se presume, chegaremos às 120/ 140 lá no final de dezembro. É o tipo de assunto que até permite e não duvido que em algumas redações existam, apostas pra ver quem vai se aproximar mais do número.

 

E aí é aquilo, pra nosso consolo, se constata que a maioria das mortes é por ajuste de contas, são entre ladrões, traficantes, assaltantes. Gente que não é “de bem”. Choramos e entramos em colapso quando morre um inocente que estava no lugar errado. Ou até mesmo quando é assassinado um sargento da polícia militar, embora o risco da profissão, ele é do lado do bem.

 

 

Tudo certo, a não ser por aquele princípio tão popularmente difundido: diz como tratas o garçom ou o guardador de carros e te direi quem és. Diz-me como tratas o criminoso e que tipo de justiça aplicas a ele e será possível medir em que sociedade vivemos.

 

Trata-se de uma reflexão importante e que também ajuda a compreender porque é que temos um meio político tão corrupto. Afnal, os vereadores e deputados são os representantes do povo. Se queremos políticos melhores, devemos ser cidadãos melhores, mais instruídos, mais humanizados. E isto não implica em oferecer a outra face. Não dá pra propugnar perdão u penas menores. É preciso penas duras e justas. Aquelas que serão aplicadas a bandidos ou ao cidadão que eventualmente infringir a lei.

 

O que preocupa é que caminhamos para um mundo cada vez mais intolerante onde a violência e o olho por olho parecem satisfazer uma sociedade que já não confia no Estado. E aí elegemos figuras como Donald Trump. Um milionário insensível e que poderá com sua caneta fazer o mundo retroceder um século em termos de  conquistas sociais, de igualdade e fraternidade e de evolução econômica.

 

Muros, rompimentos diplomáticos e todo o arcabouço de ideias conservadoramente perigosos deste maluco devem ser visto como um acidente da democracia. Mas o pior é que, tem muita gente delirando e acreditando que caminhamos para um amanhã melhor por conta deste milionário excêntrico,