
A 10 dias do início das Olimpíadas do Rio, possivelmente a maior delegação que está na Vila Olímpica não é composta por atletas, mas por eletricistas, encanadores, pedreiros, serventes e auxiliares.
Eles estão por lá pra tentar resolver os problemas de finalização das instalações que já causaram pelo menos um embaraço aos organizadores, com a saída da delegação australiana, que se negou a ficar no prédio.
Outras delegações, como a Itália, trouxeram junto com os atletas, seus próprios pedreiros, eletricistas e encanadores.
Sinceramente, com tantos problemas que cercam a realização dos jogos no Rio, como o estado de calamidade, a violência e o zika vírus, não precisava mais nada, muito menos o mico dourado do prefeito do Rio dizendo que iria colocar um canguru pra dar as boas vindas aos australianos.
O que se vê é que o Rio de Janeiro não está pronto para receber o evento, e o canteiro de obras que ainda é a cidade indicaria que os jogos estão agendados para 2017. Só que não.
E o problema é que essas obras não servirão assim tão bem à população depois da Olimpíada, mas o governo parece mais preocupado em limpar as ruas dos pobres e esconder as favelas e a miséria que despoluir as raias da Baía de Guanabara, como prometeu e, claro, não cumpriu.
Isso sem falar que o custo da Olimpíada do Rio é estimado em mais de R$ 38 bilhões. E não custa lembrar que a esmagadora maioria das cidades que hospedaram uma Olimpíada, quando foram fazer as contas na ponta do lápis, constataram que haviam feito um péssimo negócio. É a tal maldição olímpica.
O certo é que, durante duas semanas, as medalhas de ouro e as imagens bonitas na tela das tevês nos darão uma amnésia temporária. Só depois é que chegará ao Rio o custo real da Olimpíada, e este será o mais difícil e mais longo entre a maioria dos lugares.
Sinceramente, eu espero estar errado, e que a Olimpíada nos deixe sonhar mais alto, viver mais forte e deixar a crise mais rápido, e que o mico dourado de agora se torne medalhas de ouro no peito dos brasileiros e na memória de todos nós.