Na primeira audiência pública realizada em Caxias do Sul para tratar do tema das ocupações nas escolas estaduais ficou definido que será encaminhada uma reunião com a presença do governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), representantes do sindicato dos professores (CPERS), da Secretaria de Educação e das lideranças estudantis.
A audiência realizada na manhã desta terça-feira, dia 7, no plenário da Câmara de Vereadores, organizada pela Comissão de Direitos Humanos ouviu lideranças das ocupações dos colégios Emílio Meyer, Apolinário e Cristovão de Mendoza, representantes da 4ª CRE, Cpers além dos vereadores presentes.
A estudante Verônica Bado, 16 anos, foi a responsável por representar o grupo que ocupa o colégio Aristides Germani, para ela a possibilidade de um encontro com o governador é um passo importante para resolver os problemas nas escolas, porém a principal vitória do movimento para a jovem é a conscientização dos alunos.
“Nossa principal vitória é o desenvolvimento dos alunos. A mudança que tá sendo promovida, o senso crítico sendo desenvolvido. A principal vitória é a cidadania que está sendo construída dentro do movimento”, conta.
Verônica também questionou os pais que pedem o fim das ocupações.
“Acredito que os pais devem se informar melhor sobre as ocupações. Eles cobram tanto as aulas, mas as aulas que eles cobram é só colocar os alunos dentro da escola. A escola não é depósito de alunos, eles tem que cobram qualidade de ensino, mas não é isso que estão fazendo”, destaca.
O estudante Leonardo Cechin, 17 anos, que é um dos líderes da ocupação no colégio Cristovão de Mendoza avaliou de forma positiva a audiência pública realizada e a possibilidade de um encontro com o governador.
“A audiência é bastante válida para que ambos os lados tanto os contrários como os favoráveis as ocupações pudessem expressar seus pontos de vista. O encontro com o governador é importante pois até agora só dialogamos com intermediários”, avalia.
BANDEIRA POLÊMICA
Durante a tarde de segunda-feira, dia 6, uma bandeira da União Soviética, um dos símbolos do comunismo foi hasteada no pátio do Cristovão de Mendoza, Leonardo fez questão de explicar que o ato não passou de uma brincadeira feita por um aluno que participa da ocupação e não tem ligação com partidos políticos.
“Foi um momento de brincadeira de um aluno do colégio, a bandeira inclusive é um bem pessoal dele. Mesmo a gente não achando necessário que ela fosse hasteada, também não vemos como um absurdo como muita gente está falando, afinal de contas é a bandeira de um país”, detalha.