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Keka é sepultada no Cemitério São Roque em Bento Gonçalves

Keka é sepultada no Cemitério São Roque em Bento Gonçalves

Apesar da comoção com o atropelamento e o anúncio de sua morte, apenas familiares e amigos próximos prestaram as últimas homenagens à andarilha Marcelina Pinto Corrêa, a Keka, de 40 anos, a Keka, uma das mais tradicionais personagens das ruas de Bento Gonçalves, na tarde desta terça-feira, dia 17, durante o sepultamento no cemitério público, do bairro São Roque.

 

Antes, o velório de Keka ocorreu na Capela Nossa Senhora Aparecida, no bairro Conceição, desde a noite da segunda-feira. dia 16.

 

Ela teve a morte confirmada às 14h10min de segunda-feira, decorrente de complicações neurológicas resultantes de um atropelamento ocorrido no dia 11 de agosto na BR-470, no Hospital Beneficente São Roque, em Carlos Barbosa, onde estava internada desde o dia 1° de novembro após passar quase três meses internada no Hospital Tacchini.

 

Desde a data do acidente Keka passou por algumas intervenções cirúrgicas e estava internada em estado vegetativo e com traqueostomia, em Carlos Barbosa, após passar quase três meses no Tacchini. Ela sofreu politraumatismo craniano e outras fraturas.

 

Segundo a delegada Maria Izabel Zermann, titular da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Bento Gonçalves, o inquérito que investiga o atropelamento ainda não foi concluído. Segundo ela, a polícia ainda tenta encontrar testemunhas e segue tentando identificar a autoria do crime, que agora passa a ser investigado como homicídio de trânsito. A delegada afirma que aguarda a confirmação de uma diligência realizada em outra cidade.

 

Keka era figura folclórica da cidade de Bento Gonçalves e era fácil encontrá-la perambulando pelas ruas da cidade pedindo as chamadas “rúpias”, bebidas os “tragos” de cigarro. A andarilha teve o início da degradação de sua vida ainda na adolescência quando, segundo amigos e familiares, viu o sonho de seguir uma carreira de modelo ser frustrada, escolhendo viver nas ruas e entregue ao álcool e as drogas. 

 

Ainda segundo depoimento de pessoas próximas Keka era realmente muito bonita, o que fez com que ela recebesse convites para desfilar em eventos de grande porte inclusive fora do país. A única experiência na profissão teria acontecido em Porto Alegre no início da adolescência e, por uma possível frustração com a carreira, ela retornou para a cidade por volta de 20 anos, já com o comportamento alterado, quando inciou a mendicância. Keka estudou somente até o 3º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Félix Faccenda, segundo os registros da escola, quando teria abandonado os estudos depois de ser reprovada.