São novos tempos que vivemos e provas disto nos são dispostas, se não diariamente, pelo menos uma vez por semana.
Ontem foi vez do senador e ministro do Planejamento Romero Jucá, homem de confiança do presidente Temer. Ele se licenciou do cargo, mas sabe que a situação além de insustentável, deve piorar com a possível cassação de mandato. Lembra um pouco o que aconteceu com Antônio Paloccci ou depois com Delcidio do Amaral. Os percalços de Temer podem não parar por aí e ele já disse não ter assumido compromisso com o erro.
Pois, se em Brasília os tempos parecem outros, aqui também se vê movimentos que parecem novos, mas nem tanto, usam da velha forma de fazer e pensar a política. Ontem, premido por populares que se organizaram a partir das redes sociais e por parte da imprensa, o vereador do PSDB, Moisés Scussel acabou abrindo mão de representar a Câmara de Vereadores em viagem à Itália com uma missão especial.
Fez bem o vereador, embora tenha relutado além da conta depois que a reação negativa havia iniciado e ganhado corpo. O arranhão em sua imagem está feito. Afinal, se faltam recursos para tantas necessidades do povo, como admitir-se uma viagem sem propósitos – pelo menos até então – muito claros?
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Mas, não fiquem os detratores muito felizes com esta que parece uma vitória da probidade. Não é só isto. Há interesses maiores por trás do movimento e talvez nem todos possam ser revelados ou venham a público. Causa estranheza ver populares com cartazes aplaudindo um vereador que há pouco mais de três anos também foi à Itália às expensas da municipalidade enquanto ocupava um cargo em comissão.
O ano é de eleições e reputações estão em jogo. Há quem tenha muito a perder e há quem esteja esfregando as mãos. A verdade é que estamos vendo uma política sendo feita no raso, no varejo, quando há quem esteja vislumbrando lucro futuro e no atacado.
