Se alguém tinha dúvida porque os depoimentos dos executivos da Odebrecht na Lava-jato foram chamados de delação do fim do mundo, essa dúvida acabou ontem, quando a famosa Lista de Janot virou a Lista de Fachin.
E a tal lista atinge em cheio o coração infartado da política nacional, fere de morte os principais personagens da nossa república de bananas e mostra que o país doente sofre de corrupção generalizada e precisa urgente ser internado na UTI da Justiça.
Oito ministros do governo de Michel Temer, entre eles os homens fortes Eliseu Padilha e Moreira Franco; um terço do Senado, do presidente Eunício Oliveira ao líder do governo Renan Calheiros, além dos campeões Jucá e Aécio, de Serra e de tantos outros; e quase 50 deputados, contando aí o presidente da Câmara Rodrigo Maia, estão entre as causas da septicemia, a infecção generalizada que tomou conta do planalto central do Brasil.
São mais de uma centena de pessoas que serão investigadas pelo Supremo Tribunal Federal pelos males da corrupção, lavagem de dinheiro e uso de caixa dois.
Isso sem contar outros quase 200 pedidos que não ficam na UTI do STF porque envolve gente sem o famigerado foro privilegiado, como os infectados ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
E não custa lembrar que o presidente Temer também apresenta os sintomas típicos da doença e não teve alta, e só não está na lista dos pacientes em tratamento porque tem direito à imunidade temporária, já que a lei garante que o presidente não pode ser investigado por crimes que não tem a ver com o exercício do mandato.
Notícias Relacionadas
Brasil
Preço da carne deverá ter reajuste no RS por causa das queimadas
Fornecimento de estados atingidos pelos incêndios no Centro-Oeste do país está menor
Custo de Vida
Governo do RS encaminha isenção de ICMS para cachaça artesanal gaúcha
Estado vai apresentar ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) a proposta; se aprovada, a nova regra entrará em vigor em 1º de janeiro de 2025
A maior verdade que a lista revela é que a peste da corrupção atinge todo mundo, de petistas a tucanos, peemedebistas, democratas e progressistas, governistas e opositores, e está incubada há décadas e décadas fazendo estragos na nossa incipiente democracia.
A questão agora é saber como o país vai sair desse tratamento no meio de um Congresso infestado pela superbactéria da corrupção e de um governo temerário que decretou que só põe na quarentena ministros denunciados e só vai demitir o doente terminal que virar réu.
Como por enquanto, eles serão apenas investigados, tudo indica que a gente vai seguir acompanhando o governo de corruptos se arrastando doentes no meio da infecção generalizada de Brasília.
Mas, exatamente por isso, não podemos aceitar que os transmissores dessa doença tentem receitar remédios amargos que impõem todo efeito colateral nos mais pobres, simplesmente porque eles não tem saúde moral pra nos exigir mais sacrifícios.
