Memória LEOUVE

Gravidez do coração

Gravidez do coração

Vocês já devem estar acostumados comigo comentando aqui as mazelas da política, me indignando com a corrupção, reclamando da crise ou da falta de segurança.

 

Mas hoje, eu vou pedir licença a vocês para fazer uma homenagem.

 

Porque neste domingo será o dia dos pais. E porque, ainda que possa parecer estranho, os pais merecem.

 

É que a ideia de um amor incondicional, que a tudo suporta e nada pede em troca, geralmente está associada às mães, não é mesmo? Afinal, são elas que padecem no paraíso, e pra elas são todos elogios de um amor que resiste a tudo.

 

 

Pros pais – nós, os homens que, um dia, optamos por assumir a criação de filhos, a paternidade – cabe um papel de coadjuvante.

 

 

Mas, na verdade, não há nada de secundário no papel do pai. Porque, se cada pai é um herói, então esse é um heroísmo que não veste capa e uniforme, não usa espada e nem tem superpoderes.

 

O que nos diferencia, na verdade, é a opção especial que fez, com que um dia, a gente se assumisse como pai.

 

 

Um heroísmo que se traduz no protagonismo na vida dos nossos filhos.

 

 

O que nos torna fortes mesmo é um amor construído na presença cotidiana, e não em uma relação intrauterina.

 

 

O amor pelo pai é um amor alimentado no tempo, no convívio, na confiança e no exemplo.
Afinal, é nossa a tarefa de passar os conceitos de ética, valores, autoconfiança a nossos filhos; e talvez nós pais é que somos mesmo a principal ligação do filho com o mundo, sem cordão umbilical pra proteger.

 

 

Mais que isso, somos nós que ensinamos também a ser pai. Seja o seu pai como ele for, é sempre um exemplo pra vida. Meu pai, hoje com 85 anos, é assim, exemplo que me ensina hoje a ser pai pros dois filhos que amo.

 

 

Meu pai me ensinou no exemplo, e ainda hoje me ensina, que ser pai é uma lição diária de desprendimento, de generosidade, de otimismo, de confiança e de esperança.

 

 

Porque num mundo cada vez mais individualista e competitivo, ser pai é uma espécie de abnegação.

Há mais de 4 mil anos, um jovem da babilônia teria feito em argila um cartão, onde desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai. Eu conto isso pra vocês porque talvez tenha sido ele o primeiro a perceber por escrito essa doação diferente e especial que faz um pai e a paternidade.

 

O amor de pai é mesmo uma conquista diária.

 

Porque a gravidez de um pai não se dá nas entranhas, mas no coração.

 

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