Desde a manhã desta segunda-feira, dia 18, funcionários e ex-funcionários da empresa Tedesco, que atua na área de equipamentos para gastronomia, protestaram em frente as instalações da indústria, que fica no bairro Santos Dumont, em Caxias. Pacificamente, com faixas pedindo respostas da direção, cerca de 50 pessoas aguardam um retorno da empresa.
Segundo informações de funcionários, a empresa trabalha por lotes. O último, entregue no dia 30 de junho. Maiara Zanotto Martins, 24 anos, auxiliar de compras há dois anos, afirma que o salário do mês de junho não foi pago. Segundo ela, não há comunicação entre funcionários e responsáveis.
“Um mês já (de salários atrasados) e com a fábrica parada faz 17 dias. Não temos retorno de diretores se vamos ter uma data de pagamento. Todo dia eles prometem que vai entrar amanhã. Trabalhamos o mês passado todo esperando o pagamento e simplesmente deixaram de falar conosco. Enquanto eles não vierem aqui e falarem a data certa de quando vai ser pago 100% do salário, nós não vamos trabalhar”.
Um dos diretores, Luciano Tedesco, confirma o atraso no pagamento. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial neste mês de julho. De acordo com ele, a Tedesco passa por um momento de reestruturação e negociações. Luciano não promete uma data para o pagamento dos salários, mas garante que estão trabalhando para buscar soluções, já que ele depende de algumas respostas de instituições financeiras.
“A empresa está passando por um momento de restruturação nesse cenário do mercado que está em nível de Brasil. Estamos realizando negociações e parcerias e as respostas não são na velocidade que a gente quer. Bem provável que iremos colocar isso em dia durante a semana. Então não estamos fazendo nada as escuras. Todos estão sabendo o que estão acontecendo. Essa é a dificuldade, pois tu tens um perfil de trabalho, e com a recuperação judicial tudo muda dentro do sistema financeiro e isso demora até se regularizar de novo”, explica.
A assembleia realizada nesta segunda, dia 18, é para buscar a união entre empresa e funcionários. Tedesco salienta a importância de seus colaboradores.
“A gente precisa deles para nos ajudar a recuperar a empresa. A gente conta, é que houve esse hiato no meio de uma negociação com uma instituição financeira e ela acabou não dando sequencia no processo e estamos mudando de parceiro. É de unir a empresa com seus colaboradores para que a gente vá pra frente”, destaca.
Já foram demitidos 140 funcionários da empresa desde novembro do ano passado.