A indústria é o principal setor atingido pela recessão econômica brasileira. Motor do PIB caxiense, o faturamento do setor registra uma impressionante queda de 20,9% em 2016. Em 2015, o número caiu 28,9% e no acumulado dos últimos dois anos o índice é de 49,7%. Os dados foram apresentados na manhã desta quinta-feira, dia 26, pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico – Simecs.
A queda no faturamento reflete no desemprego. Desde 2013, a indústria fechou 18,2 mil vagas em Caxias do Sul. Em 2016, o número foi de 3,7 mil vagas. Segundo o analista econômico do Simecs, Rogério Gava, os dados representam a fragilidade econômica enfrentada pela cidade. “Isso é muito grave. Implica na renda da cidade como um todo, na renda dos trabalhadores que perderam o emprego, embora as tentativas das empresas de não demitir, porque demitir é custo. As ferramentas de flexibilização da jornada ajudaram bastante para que o número de demissões não fosse maior”, pontua. Gava espera, no entanto, que 2017 seja um ano de uma retomada tímida e 2018 traga notícias melhores. “A partir de 2018 esperamos ter um crescimento um pouco mais substancial. Pelo menos é nisso que precisamos acreditar”, disse.
O presidente do Simecs, Reomar Slaviero, defendeu a criação de políticas públicas para que o setor volte a crescer. “A economia brasileira e muitas economias no mundo são dependente de políticas públicas. E o nosso segmento é 100% dependente porque são produtos de custo elevado que dependem de financiamento. E aqui no Brasil esse financiamento vem da área pública”, argumentou.
O presidente do Simecs também revelou que há um indicativo de uma política pública voltada para o setor no próximo período. “Existe uma sinalização do governo fe do poder público uma intenção de renovação de frota. O financiamento seria de R$ 3 bilhões e uma demanda de em torno de 10 mil ônibus, o que anima um pouco o setor”, revelou.