Ezequiel Brumelhaus, de cinco meses, que teria sido enterrado no Cemitério de Garibaldi, mas não teve o corpo encontrado pela polícia durante exumação, pode nunca ter existido. A hipótese foi apresentada pelo delegado Clóvis Rodrigues de Souza, que investiga o caso, denunciado através de uma ligação anônima. Na tarde desta quarta-feira (8), junto com a funerária e os administradores do cemitério, os policiais encontraram um tijolo e um lençol dentro do caixão, que teria sido transferido de Porto Alegre. Lacrada, a urna não foi aberta durante as cerimônias fúnebres. Existe a possibilidade da gravidez, da doença e da morte da criança ser fruto da imaginação da mulher, que diz ser a mãe do bebê.
– A princípio, esses fatos não chegam a ocorrer e são frutos da criação da mulher que diz ser a mãe. Não existe uma criança falecida. Até o momento não conseguimos provar que houve um nascimento e uma morte – afirma o delegado.
Até o momento, a polícia não conseguiu encontrar a suposta mãe para prestar esclarecimentos. A administradora da funerária que realizou as cerimônias fúnebres, Gabriela Bonadiman, disse que uma mulher, chamada Elisângela Brumelhauns, compareceu à empresa no dia 27 de julho, e informou a morte do filho. Ele teria morrido em um hospital de Porto Alegre, vítima de uma doença contagiosa.
– A funerária adotou as providências necessárias e disponibilizamos todo serviço de atendimento aos familiares, além da capela para o velório. Enviamos a nota fúnebre para divulgação numa emissora de rádio da cidade. A mãe disse que o avô desejava prestar uma homenagem ao netinho que mal conhecia. Desta forma, solicitamos aos responsáveis pelo cemitério que liberassem a abertura de uma das carneiras (gavetas) e o enterro simbólico foi realizado no sábado – esclarece Gabriela.
Confira a entrevista do delegado Clóvis Rodrigues de Souza ao repórter Benito Rosa.
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