No mesmo dia em que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki livrou a barra dos caciques do PMDB que ainda se mantém de pé, o todo poderoso Eduardo Cunha começou a cair.
Por 11 votos a favor contra 9 de Cunha, o conselho de ética da Câmara aprovou o parecer pela cassação do mandato do presidente afastado da Câmara Federal.
O diamante Cunha, o domador de feras antes adorado, morreu na boca do leão e agora reluz como um falso brilhante.
Cunha perdeu no conselho, vai perder na comissão de constituição e justiça onde deve recorrer e vai perder no plenário da Câmara.
Depois, pode perder também a liberdade.
Cunha começa a cair depois de nove meses se equilibrando numa corda bamba imoral, quando até seus aliados fisiológicos pularam na rede de proteção e deixaram ele se apresentar sozinho.
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Mas só a queda de Cunha, infelizmente, não vai desmontar a lona desse circo de horrores em que se transformou a política nacional.
Porque Cunha é um exemplo acabado de um sistema falido que privilegia a falta de preparo ético e moral, o fisiologismo do toma-lá-dá-cá e a chantagem como discurso político, mas ele não é o único.
Definitivamente, o cerco se fechou contra Cunha, e ele será descartado como um utilitário que não serve mais. A suíça mandou pilhas de provas que o Banco Central já confirmou. A Procuradoria da República apresentou ontem uma nova denúncia contra ele. O STF autorizou o terceiro inquérito na Lava-jato, a Justiça do Paraná tornou seus bens indisponíveis e o juiz Sérgio Moro transformou sua mulher, Cláudia Cruz, em ré.
Agora, acossado pelo parlamento, pelo STF e pela Lava-jato, Cunha vai cair com um estrondo que terá eco no planalto central por semanas e semanas, porque ele prometeu derrubar pelo menos 150 deputados com ele.
Resta para nós, aqui na plateia, torcer para que ele efetivamente cumpra essa promessa, e que a sombra de seu poder nefasto deixe de jogar as cartas como um mágico de terceira categoria que acabou de ver seu truque desmascarado.
