Memória LEOUVE

Estudantes e professores protestam contra o governo estadual em Caxias

Estudantes e professores protestam contra o governo estadual em Caxias

No dia em que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) ingressou com uma ação civil pública para que a Justiça determine o fim das ocupações das escolas no estado, iniciadas há mais de um mês, estudantes e professores de Caxias do Sul realizaram um protesto contra o governo em frente à sede da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) para esperar o governador, convidado para palestrar na entidade.

 

Para o estudante Leonardo Cechin, as ocupações nas escolas vão continuar.

 

“A gente vai permanecer e só sair com a polícia ou que eles atendam, porque a gente vai atrás de diálogo sempre, mas a gente nunca tem retorno”, afirmou.

 

Segundo ele, os estudantes querem garantir reformas estruturais nas escolas, o repasse atrasado das verbas para a merenda e a retirada dos projetos de lei 44 e 190.

 

Caso a Justiça não decida pela desocupação, a PGE pede que os estudantes sejam obrigados a garantir o ingresso de pessoas nas escolas e a realização pacífica das aulas.

 

De acordo com o governo, as propostas apresentadas pela Secretaria de Educação (Seduc) aos estudantes e rejeitadas por eles desmentem a tese de que não exista espaço para negociação.

 

Para Cechin, os estudantes têm outra versão. “A gente entende que as cartas que a Seduc elaborou não são propostas, são só uma enrolação que não dão garantia concreta para a gente. A gente deciciu manter, apesar desse prazo, porque entendemos que Sartori quer usar a mesma prática quando era prefeito de Caxias, quando houve a greve dos médicos e ele ficou por meses sem se pronunciar”.

 

O diretor-geral do 1º Núcleo do Cpers, Antônio José Staudt, concorda com os estudantes. Ele afirma que o governo dialoga apenas com os grandes empresários.

 

“Com os funcionários públicos ele não dialoga, e nós queremos mostrar para a sociedade gaúcha que nós também merecemos respeito e queremos abrir um diálogo com o governo”.

 

Para ele, a manifestação serve para pressionar o governo para que receba os professores.

 

“Estamos aqui de uma forma pacífica, ordeira, mas para pressionar o governo para que nos receba e nos apresente contrapropostas. Estamos abertos à negociação”, concluiu.