Em reunião-jantar promovido pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs), os economistas-chefes da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antonio da Luz; da Federação das Indústrias do RS (Fiergs), Giovani Baggio; e da Fecomércio RS, Giovana Menegotto, abordaram o a economia do Estado a partir dos principais setores produtivos. O evento foi realizado na noite de quarta-feira (31) no restaurante da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul.
Ações na busca de aumento da confiança dos agentes econômicos, destinação precisa dos recursos e na recuperação urgente da estrutura logística são alguns dos caminhos apontados pelos especialistas para reconstrução econômica do Rio Grande do Sul.
O representante da Farsul ressaltou a necessidade de reconstruir a infraestrutura para não aumentar os custos da produção e ter perda da competitividade. “Isso é óbvio, mas precisa ser dito. Ainda não terminamos as obras para a Copa de 2014“, comparou.
Na mesma linha, apontou que com a reconstrução dos negócios, as pessoas poderão retomar suas vidas. “Olhar para as empresas é olhar para as pessoas físicas“. O economista também alertou que o poder público está focado nas ‘manchas‘ que mostram onde os rios saíram de seus leitos, conduto, afirmou que na agricultura grandes perdas também foram registradas longe das margens.
Já Baggio lembrou que os cenários da indústria já não era positivo antes do evento climático no Estado. Problemas de baixa produtividade, burocracia excessiva, falta de trabalhadores qualificados e elevada carga tributária foram citados por ele. O especialista também revelou pesquisa realizada pela entidade, entre 23 de maio e 10 de junho, com 220 indústrias gaúchas, ao qual mostra que 80% delas foram afetadas de alguma forma e 63% em algum momento precisaram parar com a produção.
“O processo de reconstrução deve impactar positivamente o setor de reconstrução, assim como diversos segmentos industriais. Porém, é preciso que os recursos cheguem a quem precisa e os agentes econômicos se sintam confiantes em fazer seus investimentos novamente no RS“. afirmou.
Por fim, Giovana, da Fecomércio RS, observou que a construção de novas estruturas de proteção, para enfrentamento de possíveis futuras tragédias, poderá ajudar na confiança do empresariado para novos investimentos no RS. A economista também explicou que o setor do varejo mostra uma falsa sensação de recuperação. Pontuou que a dinâmica das doações e as antecipações das compras somados com o movimento de reconstrução criaram um cenário de ‘normalidade‘.
“Dados crescendo com vendas não significam que o setor está inteiro e todos estão bem. Quer dizer que as vendas estão aumentando por dinâmica do consumo. Outro ponto importante é que há injeção de recursos na economia para ajudar as famílias a se reerguerem que irá resultar em movimento no varejo. Contudo, a grande questão é depois que esse recurso, que não é recorrente, como ficará as condições de consumo dessas famílias?”, questionou.
O encontro foi mediado pelo vice-presidente do Simecs, José Paulo Medeiros, e contou com a presença de empresários locais na plateia.
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