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Empresário de Carlos Barbosa é preso por adulteração de leite

Empresário de Carlos Barbosa é preso por adulteração de leite

A terceira fase da Operação Leite Compensado, realizada nesta quinta-feira, dia 2, pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Segurança Alimentar, resultou na prisão de dois empresários serranos. Reinaldo Pereira, proprietário do laticínio Valparadiso, de Carlos Barbosa, e Moisés Beltrame, do Latteria, de Antônio Prado, estão entre os sete presos na operação.

 

Eles são acusados de participar de um esquema criminoso de adulteração de leite que envolveu quatro empresas. Além dos laticínios serranos, as empresas Luza, de Constantina, e Taurino, de Tenente Portela, também estão envolvidas. As buscas também foram realizadas em Sarandi, Canoas e Porto Alegre, e o Gaeco não descarta a participação de outras empresas no esquema.

 

O Gaeco apreendeu cerca de 20 toneladas de queijos e derivados impróprios para o consumo em diversos locais da ação. 

 

O Promotor de Defesa do Consumidor da Capital e um dos coordenadores do Gaeco Segurança Alimentar, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, afirmou em Carazinho que as investigações foram iniciadas em outubro do ano passado e que foram encontrados durante a operação desta quinta-feira nos estabelecimentos das empresas muita soda cáustica e água oxigenada, utilizadas para o reaproveitamento de queijos que já estão deteriorados. 

Nesta quarta-feira, 1º, na véspera da ação, o Ministério Público obteve a informação, através de uma interceptação telefônica, que um fiscal de inspeção municipal de Antônio Prado avisou um dos distribuidores sobre a diligência do MP. O fiscal foi flagrado em uma escuta telefônica dizendo para o investigado retirar os produtos do local um dia antes da ação ser deflagrada. 

 

As investigações apontaram diversas irregularidades nos laticínios, como a adição de amido de milho no queijo, utilizado para mascarar a colocação de menos leite do que o exigido pelas normas da indústria. As empresas também forneciam queijo vencido, estragados, sem procedência e trocavam os rótulos dos produtos.

 

Além disso, as empresas de Constantina e de Carlos Barbosa possuem somente o selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), e só poderiam comercializar seus produtos dentro do município. No entanto, elas vendiam seus produtos clandestinamente em diversas cidades, principalmente na região metropolitana de Porto Alegre, Vale dos Sinos e Litoral Norte.

Laudos do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), vinculado ao Ministério da Agricultura, ainda indicaram a contaminação por bactérias da espécie staphylococcus, além de coliformes fecais, em amostras de queijos fornecidos pelas empresas. Elas comercializam clandestinamente seus produtos em diversas cidades, principalmente na região metropolitana de Porto Alegre, Vale dos Sinos e Litoral Norte. Um dos produtores investigados na operação, por exemplo, distribuia somente para a Região Metropolitana de Porto Alegre cerca de 100 toneladas de queijo por mês.