Memória LEOUVE

Doutor advogado

Doutor advogado

Existem profissões que nos remetem a um respeito que às vezes consideramos indevido por conta de alguns maus profissionais, mas, é preciso admitir que, se galgaram esta condição, devem tê-lo merecido.

 

Não se vê um jornalista, um administrador ou um arquiteto, por exemplo, merecerem a deferência de serem chamados de doutor, salvo raras exceções. Já os profissionais da área médica – de enfermeiro a bioquímico e os médicos em especial, sempre são assim tratados. E o mesmo se pode dizer em relação aos advogados ou a quem segue a carreira jurídica. É um tal de doutor pra cá, doutor pra lá…

 

 

Pois confesso que sempre pensei ser este um hábito advindo do Brasil colonial – o que de fato é verdade – por diferenciar quem tinha muitos anos de estudo e dominava áreas impenetráveis para a maioria da população que sequer sabia ler. Também é isto, mas em rápida pesquisa cheguei à informação que o título de doutor foi instituído ainda por Dom Pedro, quando em 11 de agosto de 1827 criou o curso de Ciências Jurídicas e sociais. O novo estatuto dos advogados, de 1994 não tratou do assunto e por isso eles continuam sendo doutores.

 

Seguidamente colocamos o destino de nossas vidas em suas mãos. É pelo seu tato, pelo seu estudo e dedicação que preservamos o patrimônio, a liberdade e os direitos. Por eles se promove a justiça e se oferece oportunidade de defesa aos mais humildes e desinformados cidadãos. Do simples acidente de carro até um inventário; do crime contra a honra ao crime de sangue; o direito do trabalho, comercial, de família e tantos outros.

 

 Instituições como a Ordem dos Advogados tomam a frente em questões vitais para a sociedade, fazendo jus ao reconhecimento da classe como sendo de vanguarda na defesa dos direitos coletivos, na manutenção da ordem e do estado de direito.

 

Por tudo isto, nada mais justo do que homenagear o advogado no dia a ele dedicado.