Memória LEOUVE

Dilma não é o Papa Emérito

Dilma não é o Papa Emérito

O final de semana rendeu muitas e novas notícias. Quanta gente que nunca havia escutado o termo “cultura do estupro” agora se vê de frente para algo tão comum e tão inusitado e tão hediondo. Calma lá gente, vamos debater o assunto com  o cuidado e a profundidade que ele merece e quem sabe façamos de um momento e um episódio tão negativo um movimento por algo bem melhor.

E, no front político, veículos de imprensa que antes eram tidos como golpistas, de repente, passam a expor os podres de muitos dos novos governantes e já começam a ser vistos como mídia amiga. Joaquim Barbosa, que minou e condenou os mensaleiros, de repente, é visto com bons olhos por petistas ao concordar que houve golpe. Mas a estas alturas Barbosa já não julga e seu poder de influência talvez não vá além das manchetes de jornais.

Está aí pra quem quiser ouvir – com legendas, que a qualidade da gravação é ruim – o novo ministro da transparência, Fabiano Silveira, este que deve cuidar dos interesses do povo e do Estado para que a corrupção seja enterrada ou, no mínimo, punida, traçando estratégias de defesa ou de esquivas do presidente do Senado em conversa com o delator e ex-dirigente da Transpetro, Sérgio Machado. Insustentável. Não sei se a esta altura já não é o segundo membro do alto escalão de Temer a ter que sair.

Como se vê, o interinato de Temer será mais controverso e difícil do que se poderia supor. A presidente afastada continua viva e, ao contrário do Papa Emérito  Bento XVI, que se recolheu em um mosteiro para meditar e aguardar ser chamado ao lado do Senhor, a presidente tem a aspiração de voltar ao cargo. Sente –se injustiçada e fara de tudo para retomar o poder.