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Dia do Metalúrgico, data para refletir sobre necessidade de resistir às reformas

Dia do Metalúrgico, data para refletir sobre necessidade de resistir às reformas

 

Uma das categorias que mais contribui para o desenvolvimento do município e tem expressão na formação do PIB, a do metalúrgico, comemora neste 21 de abril o seu dia. A data, evidentemente, é celebrada pelo Sindicato que representa a classe na região, o Stimmme, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico.

 

O presidente da entidade, Élvio de Lima destaca que o momento é de comemoração, mas, mais ainda de vigília e de mobilização tendo em vista temas de vital importância na vida do trabalhador e que são alvo de mudanças no Congresso Nacional. “As reformas trabalhista e da Previdência nos deixam apreensivos. A simples possibilidade de aprovação das duas propostas do Governo Federal seriam muito danosas à cidadania como um todo. Para Élvio, resta claro que no caso da reforma Previdenciária, as maiores prejudicadas serão as mulheres, com  aumento de 10 anos no tempo de serviço para que possam usufruir da aposentadoria (a idade mínima passaria de 55 para 65 anos). “Já a reforma Trabalhista tira direitos legalmente conquistados e firmados na CLT, enfraquece o profissional e isola o Sindicato de suas funções de defender aqueles que representa”. Para o sindicalista isto seria um retrocesso sem tamanho e não cabe aceitar passivamente aquilo que define como “uma agressão”. Por isso conclama que as pessoas assumam seu papel na sociedade e protestem contra as reformas. “Elas terão impacto negativo não só para esta geração, mas também para nossos filhos e netos. É necessário agir agora para impedir a aprovação de uma proposta que em nada beneficia o trabalhador”.

 

Ele considera como exemplo dos efeitos deletérios das reformas e ao mesmo tempo como um sinal de alerta para os perigos a serem enfrentados a recente flexibilização da terceirização. “É uma afronta aos direitos conquistados pelo trabalhador e garantidos pela CLT. Com esse retrocesso, os profissionais ficam desamparados na relação com o empregador e socialmente desprotegidos; perdem propriedade na hora de negociar salários e condições dignas para exercer suas atividades, ficando à mercê de um mercado sem regras”.

 

Lima entende ainda que a medida submete o trabalhador a uma situação de insegurança permanente com relação ao seu futuro. “A consequência mais séria dessa decisão é a precarização da mão de obra. De forma alguma teremos, com essa medida, os alegados incentivos à geração de emprego e movimentação da economia – muito pelo contrário. A aprovação dessa medida abre precedente para enfraquecer os direitos conquistados pelos trabalhadores de todas as classes e subjuga-los às mais nocivas condições de exercício profissional, com total desamparo da lei.

 

 

Desemprego

Para resistir, neste cenário tão preocupante, Elvio Lima cita a mobilização dos sindicatos da região que vem insistindo em ações como panfletagem, audiências públicas e palestrar para esclarecer quanto aos efeitos das medidas pretendidas. “Estamos engajados em diversas frentes de protesto e a interlocução com a presidência da república. Entendemos que existem muitas outras formas de o governo ajudar as empresas a se tornarem mais competitivas sem, com isso, sacrificar o trabalhador – e vamos defender seus direitos de forma incansável”.

 

O cenário da economia nacional, em que existem 13 milhões de desempregados, mostra-se como verdadeiro desafio ao trabalhador no entendimento do líder sindical, que também é vereador em Bento Gonçalves. “Quem enfrenta o desafio de manter seu cargo ou procura a recolocação no mercado precisa ficar atento a um diferencial muito importante que é a qualificação permanente do currículo. Neste sentido destaca um dos maiores trunfos do Stimmme ao longo de 50 anos de existências celebrados este ano: o Centro Profissionalizante do Setor Metalmecânico e Material Elétrico (Cepromec). “Já qualificamos mais de duas mil pessoas desde 2010, com o diferencial de deixar o aluno realmente apto a aplicar seus conhecimentos em situações reais da rotina de uma empresa e de conquistar sua colocação no mercado de trabalho”.

 

Apesar de todos estes desafios Elvio de Lima reforma sua convicção de que esta será uma fase passageira. “Em breve começaremos a notar sinais de melhora, especialmente no contexto macroeconômico. Acompanhamos diariamente o esforço das empresas para manterem seus negócios competitivos e preservarem seu quadro funcional e acreditamos que até o segundo semestre deste ano haverá aquecimento nas demandas”