A reta final da campanha para o segundo turno das eleições 2016 em Caxias do Sul promete ser tensa. Na tarde desta quinta-feira, dia 20, durante a Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores, o vereador Jó Arse (PDT) apresentou uma denúncia de que o vereador e candidato a prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra (PRB), teria um assessor político “fantasma” na Câmara de Vereadores. Guerra classificou a atitude como “desesperada” e como uma “tradicional manobra da velha política para ganhar as eleições”.
Conforme a denúncia, Guerra teria autorizado o pagamento para Heron Grohler Fagundes, à época Assessor Político de Guerra na Câmara, para os 30 dias no mês de abril. Arse questiona, no entanto, se Fagundes teria mesmo trabalhado durante esse período.
Como prova da ausência do assessor político de Guerra, o vereador do PDT apresentou filmagens de 540 horas das câmeras de segurança do Legislativo caxiense. Segundo ele, Fagundes não aparece em nenhum momento na câmera durante esse período, que equivale a 11 dias úteis. “Em nenhum momento, nestas 540 horas, que são 11 dias úteis de trabalho, esse assessor do vereador Daniel Guerra compareceu nesta casa”, acusou o vereador. “Nós também conseguimos planilhas e atas no Fórum e no Tribunal da Justiça do Trabalho, que provam que esse assessor político estava prestando seu trabalho como advogado nestes dias”, garante Jó Arse.
Heron Grohler Fagundes é atualmente o presidente do PRB em Caxias do Sul e coordenador da campanha de Daniel Guerra. Ele foi exonerado do cargo de assessor político no dia 9 de maio e, posteriormente, assumiu a coordenação da campanha de Guerra.
O vereador Daniel Guerra classificou a ação de Jó Arse como eleitoreira. “Isso é prova do desespero da velha e tradicional política, sentido-se ameaçada. Sabendo que a população já deu o recado nas urnas no dia 2 de outubro e dará o recado final agora no dia 30 de outubro. Quero pedir às pessoas que continuem no foco das proposições, das ações boas para Caxias, que não entrem na provocação dessa política raivosa, dessa política suja, que quer denegrir com mentiras e boatos. Essa política quer fazer com que meu projeto de cidade não aconteça em Caxias do Sul”, disse o vereador e candidato ao executivo caxiense.
Guerra ainda defendeu-se, dizendo que cobra de seus assessores políticos carga horária e efetividade. O candidato do PRB disse ter como provar que Fagundes trabalhou no período que Jó Arse o acusa de não estar na Câmara. “O assessor político tem por atribuições serviços internos, dentro da Câmara, e externos, junto com o vereador, em fiscalizações de obras, escolas, UBSs, ruas e junto à comunidade. Eu tenho tranquilidade em afirmar, e temos como provar isso, de que não só cumpriu a carga horária, como também o seu trabalho foi efetivo no período em que esteve comigo”, garantiu.
O candidato disse também que vai encaminhar a questão ao departamento jurídico do partido para que tome as providências necessárias. “Embora o vereador tenha imunidade parlamentar, ele não pode se valer disso para implantar mentiras, e por essa razão estamos acionando o jurídico, que cuidará disso na totalidade, para que a verdade seja estabelecida”, disse.
Por fim, Guerra ainda questiona o fato de que Jó Arse concorreu nas eleições deste ano e não conseguiu a reeleição. O pedetista obteve 1.327 votos. “Coincidentemente, esse vereador é do PDT, mesmo partido do meu oponente. As urnas já rechaçaram esse vereador para não permitir a reeleição e esse vereador está se valendo do expediente sem consistência alguma para fazer esta acusação às vésperas da eleição”, disparou.
A denúncia foi encaminhada à Comissão de Ética da Câmara e deve ser analisada nos próximos dias.