Memória LEOUVE

Cunha não vai contar o que sabe

Cunha não vai contar o que sabe

Depois da queda, Cunha ameaçou contar tudo o que sabe.

 

Mas não se iluda. Cunha não vai contar tudo o que sabe.

 

A bravata não passa de mais uma ameaça do agora ex-deputado, magoado com a traição daqueles que ele acredita que deviam lealdade a ele.

 

Só pra saber, ele fala de Michel Temer, de Renan Calheiros e de outra centena de políticos que já comeram em sua mão e que agora cuspiram em quem lhes deu de comer.

 

Nada mais normal no esgoto de interesses e negociatas em que chafurda o Congresso Nacional.

 

Cunha sai do Congresso inelegível, mas a promessa é que ele se candidate a escritor do ano.

 

É que ele disse que vai contar em livro os bastidores do impeachment de Dilma Rousseff.

 

O certo é que Cunha caiu atirando e apontou o governo de Michel Temer como um dos culpados pela perda do mandato.

 

Afinal, acabou expulso do Congresso sob as barbas do governo que ajudou a empossar e pelas mãos do grupo político que ele próprio fortaleceu.

 

 

Cunha guarda mágoas por conta do apoio de Temer que garantiu a presidência da Câmara pra Rodrigo Maia.

 

Cunha guarda mágoa de Temer porque considera que foi a moeda de troca do impeachment.

 

A verdade é que a queda de Cunha é uma pantomima barata de moralidade e um arremedo da ética intenção de passar o país a limpo.

 

Não se iluda: a queda de Cunha não é a tão sonhada higienização da política nacional. Ela era apenas inevitável. Vão-se os anéis comprados a custa da propina, ficam os dedos que seguem contando a grana da corrupção.

 

Não custa lembrar que há pouco tempo a eleição dele pra presidência da Câmara foi comemorada como se o Brasil ganhasse a copa. E quem comemorou foram os mesmos que só agora se deram conta de quem é Eduardo Cunha.

 

Agora, cresce entre eles o temor de uma delação premiada explosiva de Cunha.

 

 

Mas Cunha não vai delatar.

 

 

Não se iluda: Cunha não vai contar tudo o que sabe.