Memória LEOUVE

Cunha e sua indigesta queda de braço

Cunha e sua indigesta queda de braço

Existe um jargão no meio judiciário que diz mais ou menos assim. É preferível o pior dos acordos do que a melhor das ações condenatórias”. Deve ser por este pressuposto que tantas cooperações premiadas, ou delações, estão ocorrendo. Afinal, quem não quer se livrar da cadeia? Ou de uma pesada condenação?

 

Pois ainda esta semana mencionei num comentário sobre a dor moral dos envolvidos em falcatruas, subornos ou ações lesivas, sobretudo por conta da família. E foi só quando mencionou sua esposa e filha mais velha, que o até então inabalável deputado Eduardo Cunha se comoveu e chorou. Dá para entender. A família é o ponto fraco de qualquer um. Mas não dá para ter pena dele, acho que todos concordam. É muito arrogante e se achava mais esperto do que todos. Não era. Perdeu a pose por instantes, mas logo recuperou a empáfia e a certea de estar acima do bem e do mal.

 

O começo do fim de Eduardo Cunha, que resistiu de forma estoica até este momento, talvez tenha sido ainda quando de sua eleição para presidir a Câmara. Foi eleito contra a vontade do Planalto. Depois isto se comprovou quando quis mais um jogo de braço e acolheu o processo de impeachment contra Dilma Rousseff, em claro sinal de afronta e desafio. Tipo, “vamos ver quem tem mais poder”. Aos poucos foi sucumbindo ante evidências de se constatar que, como lúcifer, tinha um rabinho preso e nem era tão pequeno.

 

Então, lágrimas de crocodilo ou não, Cunha vai encontrando o seu destino para a alegria das pessoas que acreditam que a justiça às vezes tarda, mas chega.

 

 

Agora teremos a possibilidade de eleger um novo presidente da câmara. Adeus Valdir Maranhão, este péssimo dublê de deputado. Que os deputados nos ajudem elegendo alguém melhor do que Cunha, melhor do que Maranhão ou Tiririca. Deve haver alguém mais íntegro e mais letrado.