Memória LEOUVE

Corredor dos ventos

Corredor dos ventos

Enquanto você lê este comentário como sem pretensão eu espero que você faça todos os dias, no conforto do seu lar ou em qualquer momento da sua rotina em que você hoje pode acessar a internet por conta das maravilhas da tecnologia, mais de 1,5 mil pessoas não tem mais nem onde morar depois do vendaval que matou uma pessoa, reduziu a escombros centenas de casas e desabrigou milhares de pessoas em São Francisco de Paula na manhã deste domingo.

 

E, diante de tudo isso, eu confesso que me pego pensando na nossa fragilidade e em como somos reféns das vontades da natureza até me dar conta de que não é bem assim, ou melhor, não deveria ser assim.

 

 

Porque não é de hoje que esses desastres naturais ocorrem cada vez com mais frequência por aqui, e não é de hoje que a meteorologia alerta pra posição do estado no caminho do que eles chamam de corredor dos ventos, ou, mais dramaticamente, corredor dos tornados.

 

Então, a gente ainda não pode afirmar o que ocorreu em São Francisco de Paula, mas podemos sim dizer com todas as letras que não é de hoje que a gente sabe que esses desastres vão acontecer aqui, ali, perto da sua casa, ou mesmo levando o teto que abriga você e sua família.

 

E, por isso, eu me pergunto: do que adianta saber se não podemos fazer nada pra impedir?

 

Hoje, os moradores de São Chico estão tentando se recompor depois do temporal devastador do domingo, e toda a nossa solidariedade está com eles.

 

Mas é preciso dizer que, infelizmente, a tragédia deixou claro mais uma vez o despreparo do governo em lidar com essas situações. E a verdade é que já passou da hora das autoridades começaram a se mexer e fazer algo de efetivo em termos de prevenção, como planejar obras de prevenção e investir em uma estrutura bem mais eficiente para monitoramento das tempestades e de alerta à população.

 

 

Hoje, com as imagens dos radares meteorológicos e outras ferramentas disponíveis, é possível saber com precisão para onde uma tempestade está indo e pode causar estragos.

 

E com essa tecnologia e a facilidade de comunicação que temos, com mensagem de celular, redes sociais e a colaboração dos meios de comunicação, é fácil avisar às pessoas com algumas horas de antecedência, em quais cidades o temporal vai passar.

 

 

Claro que nada disso vai evitar o vendaval, mas é evidente que pode pelo menos amenizar os danos.

 

Vendavais são velhos conhecidos dos gaúchos. A cada ano, eles deixam um rastro de estragos e prejuízos por onde passam. Por isso, precisamos encontrar novas formas de refletir e decidir como se preparar para o futuro.

 

 

Enquanto isso, as chuvas vão seguir caindo, e os ventos vão seguir soprando. Mas, infelizmente, pra nós vai restar apenas seguir rezando pra que eles venham com menos intensidade.