Por volta das 14h30min deste sábado, dia 11 de junho, um grupo de pais invadiu a escola Cavalheiro Aristides Germani, ocupada há três semanas pelos estudantes. Os pais pedem o fim da ocupação e devem permanecer na escola até que os alunos concordem em retomar as aulas. Durante a ação, o clima ficou tenso entre pais e estudantes e a Brigada Militar precisou ser chamada.
Segundo Renato Demoliner, alguns pais criaram um grupo no whatsapp e decidiram invadir a escola neste sábado. Um grupo de 10 pais chegou por volta das 14h30min e entrou na escola por uma parte lateral. “A gente resolveu retomar a escola porque é muito tempo sem aula. A maioria dos pais que estão aqui têm filhos pequenos. Já foi tentado negociar com os estudantes, então não estamos contra eles e cabe a nós pais agora dialogar com eles e ajudá-los pelo que estão lutando”, disse.
Já os estudantes relatam que justamente no momento em que os pais invadiram a escola eles estavam elaborando uma carta de esclarecimento para a imprensa, a 4ª Coordenadoria Regional de Educação e para os pais. Eles reclamam de agressão e ameaças por parte de alguns pais. O advogado Jean Carbonara esteve no local e garantiu que se houve algum tipo de agressão os pais vão ter que responder na justiça pelo ato. “Isso vai ser comunicado ao conselho tutelar. A delegacia da criança e do adolescente deve investigar, porque ao que tudo indica foram cometidos crimes de ameaça e tentativa de agressão contra crianças e adolescentes aqui na escola. Todos os que estão identificados aqui vão responder”, afirmou. Os pais negam ter agredido e ameaçado os estudantes. Ambos também dizem ter toda a ação gravada por telefones celulares.
O advogado ainda lamentou que a pauta educação ainda seja tratada como um caso de polícia, priorizando a força e deixando o diálogo em segundo plano. “Esses pais prestam um desserviço à educação quando agem com violência contra quem está apenas buscando melhores condições de ensino para eles e para os demais estudantes. Infelizmente tem gente que não reconhece que estamos em um processo de diálogo com o governo do estado, com medidas judiciais para garantir que as reivindicações dos estudantes sejam atendidas”, destacou.
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No final da tarde deste sábado, os pais deixaram a escola e os estudantes mantém a ocupação. Na segunda-feira, o governo do Estado deve ter uma reunião com o CPERGS e com os estudantes para definir o rumo das ocupações das escolas no estado.
Pais reclamam de ameaça
Depois de deixar a escola, cerca de 10 pais foram até a delegacia registrar ocorrência contra o advogado que esteve na ocupação e também contra professores ligados ao CPERGS. Eles relataram diversas ameaças durante a tarde de hoje. Adalmir Moraes, de 48 anos, esteve toda a tarde de hoje na escola. Ele diz que os pais já esgotaram todas as alternativas para acabar com a ocupação. "A gente é a favor do retorno às aulas. É muito tempo que estamos esperando. Há 15 dias estamos atrás de Promotoria Pública, Defensoria Pública, 4ª CRE, e não obtivemos resultado. Pelo que sabíamos a determinação é que as aulas retornariam na próxima segunda-feira, mas as informações que tivemos é que isso não ia acontecer porque os alunos não deixariam", reclama. "Agora vamos esperar para que a justiça seja feita", finaliza.
