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Com início polêmico, Guerra completa 100 dias como prefeito de Caxias do Sul

Com início polêmico, Guerra completa 100 dias como prefeito de Caxias do Sul

O prefeito Daniel Guerra completa nesta segunda-feira, dia 9, 100 dias no comando de Caxias do Sul. Em pouco mais de três meses, Guerra realizou o corte nos cargos de confiança – reduziu pela metade –  e a liberação das conversões à direita nas Ruas Sinimbu e Pinheiro Machado, duas promessas da campanha. Por outro lado, o gestor demonstrou dificuldade em dialogar com outros setores da sociedade em diversos momentos, como no caso da greve dos médicos e dos rodoviários.

 

No primeiro trimestre de governo, Daniel Guerra também não conseguiu demonstrar avanços reais em um dos principais problemas de Caxias do Sul: a saúde pública. Além de não abrir a Unidade de Pronto Atendimento da Zona Norte como havia prometido, Guerra ainda se envolveu em uma polêmica com os médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde no município, que devem paralisar as atividades pela terceira vez e causar ainda mais prejuízos à população.

 

Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, o prefeito negou que a administração tenha sido conturbada nestes 100 dias e disse que as situações que ocorreram eram esperadas. “Nós sabíamos que essa administração tinha a necessidade de fazer o enfrentamento de problemas históricos, já que nunca houve uma administração que tivesse preocupada em resolver efetivamente os problemas. Então nós sabíamos que no momento em que fossemos agir teríamos o desconforto daqueles acostumados com os benefícios do sistema político vigente”, declarou.

 

Crise com o vice-prefeito

 

Os primeiros 100 dias do prefeito também foram marcados por crises institucionais. A principal delas com o vice-prefeito, Ricardo Fabris de Abreu. Alegando falta de espaço na administração, o vice anunciou a renúncia ao cargo na Câmara de Vereadores no dia 6 de março, mas voltou atrás na decisão. Como a Câmara de Vereadores não oficializou a saída do vice-prefeito, a justiça entende que ele segue no cargo. O executivo tem um entendimento diferente da situação e não reconhece Ricardo Fabris de Abreu como vice-prefeito.

 

Troca no secretariado

 

Outro apontamento inicial sobre a administração Guerra é a utilização de secretários interinos em diversas pastas. Na saúde, por exemplo, Darcy Ribeiro Pinto Filho ficou até o final do mês de março, colocando em xeque o planejamento para uma área prioritária do governo. O substituto, Fernando Vivian, já assume com uma polêmica: teria se posicionado a favor dos médicos durante a greve realizada no mês passado.

 

Na segurança, a ausência do Secretário José Francisco Malmann por 15 dias, para uma viagem programa antes de assumir a pasta, também foi questionada pela oposição.

 

Queda de braço com a Visate

 

Durante a campanha eleitoral, a Visate, empresa que detém a concessão para realizar o transporte coletivo urbano em Caxias do Sul, foi um dos principais alvos do atual prefeito. A promessa era realizar uma “Lava-Jato” nas planilhas de custos da empresa, o que até agora não avançou. Apesar de não avaliar as planilhas, o prefeito acatou a sugestão do Conselho de Trânsito e Transportes e manteve a tarifa em R$ 3,40. A empresa pedia que a passagem tivesse um aumento para R$ 4,25. Mesmo após paralisações e greves, o prefeito manteve o valor da tarifa a empresa se viu obrigada a conceder um reajuste aos seus funcionários mesmo sem o aumento no valor da tarifa.