A contar pelo andamento da situação nesta segunda-feira, apenas uma chapa estará concorrendo à presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bento Gonçalves em eleição marcada para o dia 01 de maio. Isto porque a chapa de oposição, que pretendia ver o agricultor Onécimo Pauletti eleito presidente, foi indeferida pela comissão eleitoral.
O não cumprimento de dois requisitos impedem o registro da chapa conforme demonstrou à reportagem do Leouve a presidente e candidata à reeleição Inês Fagherazzi Bianchetti: os membros que compõem a chapa oposicionista não compareceram a qualquer assembleia do Sindicato e tanto o estatuto quanto, o regimento eleitoral preveem um mínimo de três presenças nos dois anos que antecedem a eleição; acessoriamente, outro empecilho são as fichas de qualificação dos candidatos que foram preenchidas de modo incompleto.
Na última sexta-feira a presidente recebeu do oficial de justiça o pedido em tutela cautelar para que os documentos requeridos pela oposição fossem entregues. Segundo a presidente a entrega ocorreu no mesmo dia. Mas ela argumenta que os documentos solicitados já haviam sido oferecidos e que os mesmos, ao contrário do que alega Pauletti e sua procuradora, estavam à disposição no Cartório de Registros Especiais. Para comprovar, Inês Bianchetti mostrou à reportagem um xerox de cópia autenticada do Estatuto com a alteração de 2008, datada de abril de 2014. Com isto ela reafirma não ser verdadeiro que os documentos não estejam no Registro de Títulos e Documentos, conforme alegação da oposição.
“Vou concorrer”
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Inês Fagherazzi preside o Sindicato com aproximadamente dois mil associados desde 2002 e está em quarto mandato. Ela afirma que procurou outro candidato para sucedê-la mas, “desde que começou este tumulto todo as pessoas preferiram não aceitar o convite, então resolvi enfrentar mais uma eleição, pois tenho muitos apoiadores e um Sindicato que vai muito bem, com um caixa saudável. Temos mais de R$ 430 mil aplicados no sistema bancário”. Ela diz desejar se afastar para poder se dedicar a causas humanistas, aplicando seus conhecimentos de Reiki e cura através de plantas medicinais.
Ela refuta as acusações dos opositores e diz que não tentou impedir ninguém de concorrer. “Quem voltou atrás foi o seu Pauletti, que inicialmente aceitou em nos conceder 15 dias para a juntada de documentos, mas n mesmo dia voltou atrás. Em 10 de fevereiro ele esteve aqui pela manhã e a comissão eleitoral colocou os documentos à disposição e ele ficou de retornar a tarde, mas não voltou”.
Inês afirma existirem interesses partidários por trás da candidatura de Pauletti (que é vereador pelo PMBD em Monte Belo). “Além dele outras pessoas da chapa são filiadas ao mesmo partido”, acusa a presidente. Ela vai além, e mostra anotações da tesouraria da extensão de base do Sindicato em Monte Belo, que apenas em janeiro último Pauletti colocou em dia as seis últimas mensalidade, o que comprovaria seu afastamento e seu desinteresse das questões do Sindicato.
