Memória LEOUVE

Carnaval e tocha olímpica

Carnaval e tocha olímpica

O Carnaval muda a vida de alguém? Sim, muda a vida de muita gente, tem quem trabalhe o ano inteiro, tem quem planeje por um ano assistir ao desfile lá no Rio de Janeiro. Agora, sim, tem gente que vive sem o Carnaval e mais, aproveita aqueles cinco dias pra um retiro longe de tudo que lembre barulho, confete, bebida, mulatas. Cada um com seus gostos.

 

É possível viver um ano sem ir ao teatro ou ao cinema? Sim, é possível. O camarada olha TV, empilha livros, ouve rádio e se compraz. Mas é preciso ter algum tipo de lazer cultural. Não creio que alguém sobreviva sem “consumir” cultura, sem se divertir.

 

E o esporte? Olha, conheço pouquíssimas pessoas que não gostem de algum tipo de esporte. Eles enchem nossa vida de emoção. Seja participando, competindo, seja olhando e torcendo. E não há na história da humanidade momento semelhante à realização de uma olimpíada. Tê-la no Brasil é algo fantástico. Não sei se por felicidade ou não, as olimpíadas mudaram muito no transcurso do tempo. Já não são jogos para amadores. Aliás, nada é amador nos jogos a não ser a torcida pelas cores nacionais.

 

Desta forma estamos recebendo a tocha olímpica na serra gaúcha nesta sexta e sábado. Há quem veja nisto uma certa imbecilidade. Também já pensei nisto. Muita exposição de algo excessivamente mercantil. Puro golpe de marketing. É verdade. Mas vejam que estamos transformando este evento em emoção e em festa e exposição de nossos valores culturais. Algo que, aliás, a serra gaúcha tem feito muito bem nas últimas décadas.

 

Quando nos vendemos como destino turístico, como centro enogastronômico, estamos “vendendo” algo genuíno, mas também algo construído. E queremos retorno e temos este retorno com a vinda de turistas, na venda de refeições, nos empregos gerados pela abertura de novos hotéis.

 

Não imagino o custo deste tour da tocha pelo Brasil continental. Mas tenho certeza que muitas cidades deixadas à margem gostariam de receber a passagem do fogo olímpico. Teremos festa na passagem e aproveite quem quiser. Quem não aprecia a ideia, que se tranque em casa para ler ou vá à sua quadra preferida jogar um futebolzinho.

 

E voltando ao Carnaval. Viram só, graças ao amante da festa de momo e ex tesoureiro do PT Paulo Ferreira parece que só agora descobriram que o dinheiro das propinas também financia o Carnaval e paga salários de madrinhas formosas de baterias.