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Caos no sistema penitenciário deixa presos em celas da DPPA do Vale do Caí

Caos no sistema penitenciário deixa presos em celas da DPPA do Vale do Caí

A falta de vagas no sistema carcerário do Estado está gerando um novo problema para a segurança pública, a retenção de presos nas celas existentes nas delegacias. A situação gera preocupação na medida que estes locais são, por natureza, de passagem para detentos a serem encaminhados a presídios, não possuindo estrutura e nem segurança necessárias para abrigá-los por vários dias. E é exatamente isso que ocorre na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) de Montenegro, no Vale do Caí, que está com quatro presos em suas três celas desde a sexta-feira.

A fim de expor a realidade para a comunidade, o delegado regional Marcelo Farias Pereira concedeu uma entrevista à imprensa nesta segunda-feira. "O que ocorre é que a Penitenciária Modulada de Montenegro, bem como a estadual de Charqueadas e de Venâncio Aires, estão superlotadas e impedidas de receberem mais detentos. Hoje, não temos para onde mandar os presos que estão aqui. Há inclusive um suspeito de estupro que precisou ser isolado por ter sido ameaçado pelos demais. Não temos condições e nem preparo para lidar com essas situações. Não é nossa atribuição", afirmou Pereira. Participaram com ele da entrevista o delegado responsável pela DPPA, Marcos Eduardo Pepe, e a delegada de São Sebastião do Caí, Cleusa Spinatto.

No caso da Modulada de Montenegro, os delegados destacaram que semana passada o Ministério Público obteve na Justiça a liberação de mais 50 vagas. "Só que elas não ficaram restritas a nossa região, foram abertas para presos em Novo Hamburgo e São Leopoldo e se esgotaram em quatro dias", destacou Pepe. Segundo os delegados, a penitenciária montenegrina tem inclusive fornecido a alimentação dos detentos. "Isso ocorre porque não temos como fazer aqui. Nosso pleito junto ao Estado é de 150 a 200 vagas para nossa região pelo menos. Com isso, teríamos um fôlego maior para seguir fazendo o trabalho de polícia, que é coibir a violência através de investigações e prisões, mas não há nenhuma perspectivas de sermos atendidos na urgência que necessitamos", destacou Marcelo Pereira.