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“Baleia Azul” acende alerta para casos de automutilação em escolas de Caxias

“Baleia Azul” acende alerta para casos de automutilação em escolas de Caxias


O desafio da “Baleia Azul”, fenômeno que tem como objetivo levar os participantes à automutilação e até ao suicídio, reacende o debate sobre os casos de automutilação nas escolas de Caxias do Sul. Nesta sexta-feira, dia 21, a reportagem da Rádio Viva e do Portal Leouve foi procurada por pais que relataram casos em que adolescentes de 13 anos teriam se cortado em uma escola no distrito de Fazenda Souza.

 

Segundo a mãe de uma aluna de 13 anos, que terá a identidade preservada, ao menos quatro casos foram registrados pela direção da escola. “Essa situação está acontecendo sim. Ontem houve uma reunião com a mãe de um dos alunos envolvidos. Esse menino foi entregue na direção porque estava se cortando, então ele foi entregando os outros alunos que também estavam participando do desafio”, revelou a mulher.

 

Conforme a Secretaria de Educação de Caxias do Sul, Marina Matiello, casos de automutilação não são novidade para quem vive o dia a dia das escolas, mas os recentes casos publicizados com o desafio da Baleia Azul reacendem o alerta para que as escolas fiquem atentas ao tema. “Nós sempre tivemos ações dentro das escolas que nos preocuparam. Agora, o desafio da Baleia Azul vem nos preocupando internamente na secretaria e estamos conversando sobre isso. Mas as automutilações, que ocorreram, que podem ocorrer e que estão ocorrendo em diferentes escolas – privadas ou públicas – não necessariamente estão relacionadas ao desafio da Baleia Azul. Então é sempre importante entendermos o que está acontecendo com esses adolescentes, essas crianças, orientarmos os pais, para que a escola também possa fazer um movimento para acolher essas demandas, estando com a observação um pouco mais atenta neste momento”, explica Marina.

 

A secretaria de educação também diz que a SMED está em contato com a Secretaria da Saúde para articular ações conjuntas de conscientização. “Nós já acionamos a Secretaria da Saúde, mas ainda não temos o planejamento pronto. Estamos apenas orientando as escolas que nos procuram sobre procedimentos que devem ser tomados, mas temos a pretensão de desenvolver um planejamento um pouco mais extensivo. Agora lembrando sempre que as escolas têm autonomia de trabalhar esses assuntos e outros e realizar ações que auxiliem na contenção desses comportamentos”, destaca a titular da SMED.

 

O desafio da “Baleia Azul”

 

O primeiro registro do desafio da Baleia Azul ocorreu na Rússia, em 2015, quando uma jovem de 15 anos se jogou do alto de um edifício; dias depois, uma adolescente de 14 anos cometeu suicídio se jogando nos trilhos do trem da cidade de Ussuriysk. 

 

Após investigar as causas, a polícia ligou os fatos a um grupo que participava de um desafio com 50 missões, sendo a última delas acabar com a própria vida. A partir daí aconteceram cerca de 130 suicídios de crianças ocorridos na Rússia de novembro de 2015 a abril de 2016 e que de acordo com eles, quase todos eram membros do mesmo grupo na Internet.

 

No Brasil, foram pelo menos três vítimas, no Mato Grosso e Minas Gerais. Em Minas, uma menina morreu em uma represa e um menino morreu de overdose de remédios, com indícios de cortes no braço e no whatsapp comentários sobre o jogo, respectivamente. Na Paraíba, a Polícia Militar está investigando casos em que uma classe de alunos estariam realizando o procedimento de mutilação.

 

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