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Aumento de até 15% em painéis de madeira revolta fabricantes

Aumento de até 15% em painéis de madeira revolta fabricantes

O anunciado aumento entre 8% e 15% nos preços de painéis de madeira, principal matéria-prima para a fprodução de móveis, provocou a reação das principais entidades que representam os fabricantes. Nesta semana, a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) e o Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), emitiram um documento em que repudiam o reajuste.

 

Para as duas entidades, o aumento é “absolutamente incoerente com o severo recesso enfrentado pelo setor moveleiro em todos os indicadores mensurados – faturamento, empregos, produção e exportações”.

 

Uma das justificativas das indústrias é a queda de 11% no faturamento geral das empresas em 2016, de acordo com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Bento Gonçalves, maior polo moveleiro do país, essa queda é ainda maior e, segundo Edson Peliccioli, presidente do Sindmóveis, chegou a 18% no faturamento em 2016, sem contar o menor nível de empregos dos últimos 10 anos.

 

“As indústrias estão lutando contra a crise em uma tentativa ferrenha de evitar ainda mais demissões. Existe uma previsão de leve retomada das vendas ainda este ano, mas ainda há um longo caminho de retração a ser enfrentado, que se tornará ainda mais penoso diante de notícias como essa vinda de nossos fornecedores”, assinala as entidades no comunicado.

 

Leia a íntegra da nota:

 

Como porta-vozes do principal estado produtor de móveis do país, o Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) e a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do RS (Movergs) vêm a público expressar seu repúdio à nova onda de reajustes dos fornecedores de chapas. Algumas das maiores empresas do segmento já comunicaram ao setor moveleiro repasses entre 8% e 15%, o que é absolutamente incoerente com o severo recesso enfrentado pelo segmento em todos os indicadores mensurados – faturamento, empregos, produção, exportações.

Somente no polo de Bento Gonçalves, as perdas chegam a 18% no faturamento em 2016 e o menor nível de empregos dos últimos 10 anos. As indústrias estão lutando contra a crise numa tentativa ferrenha de evitar mais demissões. Existe uma previsão de leve retomada das vendas ainda neste ano, mas ainda há um longo caminho de retração a ser enfrentado, que se tornará ainda mais penoso diante de notícias como essa vinda de nossos fornecedores.

 

A cadeia como um todo carece recuperar margens, mas fazê-lo de forma gradual e, principalmente, em um momento de crescimento e não de queda. É lamentável vermos esse tipo de movimento protecionista em um momento de tantos entraves. Movergs e Sindmóveis deixam suas equipes à disposição das empresas associadas para a busca de soluções e discussão sobre o cenário, mas, desde já, expressam sua indignação acerca desse abuso com a indústria moveleira.