Tem gente que não faz ideia de como funciona uma sessão legislativa. Embora ultimamente com transmissão pela TV a cabo ficou mais fácil de acompanhar. Antigamente eram as rádios que transmitiam.
Tem gente- inclusive jornalistas – que não fazem a menor ideia sobre como se constrói e como se explica uma LDO, então acabam não se interessando em participar de uma audiência pública sobre ela.
Veja só. Ontem fui a duas sessões na Câmara. Uma, na verdade, era a audiência pública para debater a LDO. Havia seis vereadores presentes. Um deles criticou a ausência de populares a sessão. Disse que as pessoas só vão à Câmara quando existem projetos do seu interesse em votação. O vereador Raquete tem razão na segunda colocação. Mas cabe perguntar porque é que os outros vereadores não comparecem nas audiências das comissões temáticas? Que dizer então da população que não vai se os próprios vereadores se ausentam.
Já o vereador Moisés Scussel criticou, também com uma boa dose de razão, a desinformação prestada por alguns veículos de comunicação que não sabem ler ou interpretar a LDO. Ou interpretam de modo malicioso. Apenas faria uma reparação: a imprensa nem sempre interpreta. Lê e passa adiante o que está escrito. Ou interpreta da maneira que entende, o que nem sempre é do gosto do governante. Se é preciso esclarecer talvez caiba ao executivo tomar a iniciativa de provocar e convidar a imprensa para expor o projeto. É mais fácil do que ficar recolhendo penas depois. Aliás, gostaria de indagar ao prefeito Pasin quem é o assessor de Imprensa hoje em dia? Esta interlocução entre Executivo e Imprensa inexiste nos dias de hoje e já há algum tempo.
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Ainda sobre segunda-feira, à tarde fui à sessão ordinária, onde se votou a nova lei para eleição de diretores de escolas municipais. O que assisti definiria como uma espécie de avant première do que se verá doravante. O Governo patrolou. Fez isso porque se elegeu com uma montanha de votos e porque tem folgada maioria na Câmara. Não está disposto a discutir nem a dar muitas explicações, embora se louve o esforço do vereador Scussel neste sentido.
Patrolará novamente sempre que os assuntos forem incontroversos. Mas ontem havia controvérsia e dúvidas razoáveis ou pontos questionáveis. Então uma das galerias da Casa estava tomada por professoras e diretoras, como sabiamente havia antevisto pela manhã o vereador Raquete. Desta forma quem tinha dúvidas e questionava a correção da lei, era simplesmente constrangido pela plateia. Perfilado ao lado delas estava o secretário de Governo Jovino Nolasco, feliz com a patrolada. Era o tratorista.
Enfim, eu havia dado uma folga em acompanhar as sessões legislativas. Agora, por dever de ofício, voltei e já na segunda-feira acompanhei duas sessões onde aprendi muito, ou reafirmei convicções. Nesta quarta tem mais duas sessões.
Pra sorte de muitos, não tenho vocação para tratorista.
