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Após 'fundo do poço', economia caxiense começa a demonstrar sinais de retomada

Após 'fundo do poço', economia caxiense começa a demonstrar sinais de retomada

Parece um consenso entre as entidades que representam o comércio e a indústria em Caxias: a economia da cidade chegou ao fundo do poço. Nesta quinta-feira, dia 30, a Câmara dos Dirigentes Lojistas e a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, a Cic, apresentaram o desempenho da economia caxiense no mês de maio deste ano.

 

O pessimismo, que permeava diversos setores desde 2015, parece estar dando lugar à crença de uma retomada no crescimento econômico. “Eu acho que a retomada do crescimento está próxima, ela é iminente, parou de piorar, mas não teria coragem para declinar se será daqui três ou daqui seis meses”, afirmou o Diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC, Astor Schmidt. 

 

Os dados apresentados hoje vão ao encontro da fala do Diretor. Na comparação com abril, maio apresenta uma evolução de 1,9% na economia. O setor de comércio apresentou maior retomada, com 10%. A indústria teve 1,6% e os serviços registraram queda de 2,1%. O bom desempenho do comércio se deve, principalmente, ao dia das mães e ao frio intenso, que obriga os consumidores a irem às compras no vestuário. O setor registrou um aumento de 16,4% em relação à abril.

 

Na comparação com 2015, no entanto, os índices ainda são desanimadores. No mesmo mês do ano passado a economia teve um desempenho 9,2% melhor e no acumulado dos últimos 12 meses a queda é 18,2%. Apesar do cenário desfavorável, o Diretor de Economia, Finanças e Estatísticas da Cic, Astor Schmidt, destacou que ocorre, em Caxias, um processo bastante comum na indústria. A redução dos estoques para uma posterior retomada das atividades em um nível mais alto. “Olhando os números da indústria podemos perceber que as compras industriais estão bem abaixo das vendas industriais aqui na região. Isso mostra claramente que há um processo de redução de estoques. Sempre que reduz estoque em algum momento tem que se repôr e para repôr é preciso comprar mais e produzir mais. Vejo que esse momento está próximo”, disse.

 

Desemprego e Inadimplência

 

Uma das principais preocupações da comunidade ainda é em relação ao desemprego. De junho de 2014 a abril deste ano, Caxias registra uma queda de 20 mil postos de trabalho na cidade. Em maio, na comparação com abril, foram fechados 779 vagas de emprego na cidade. Para Schmidt, apesar da preocupação com o desemprego, 2015 deve ter sido o grande vilão no que se refere ao fechamento das vagas. “O auge foi em 2015 quando eliminamos mais de 14 mil postos de trabalho na comunidade. Agora o ritmo de desemprego vem diminuindo. Estamos demitindo muito menos. Também ainda é negativo, ainda está muito ruim, mas não está tão trágico como já esteve”, defendeu.

 

A principal consequência do desemprego é a inadimplência. Em maio, apesar de uma diminuição no número de CPF’s com situação irregular junto ao Sistema de Proteção ao Crédito na comparação com abril, 73 mil pessoas estavam impedidas de tomar novos empréstimos e financiamentos.