Memória LEOUVE

Ano termina na Câmara, de forma melancólica

Ano termina na Câmara, de forma melancólica

Hoje é daqueles dias em que luto pra encontrar o tom certo da crítica. Não dá pra ofender, não pode passar em branco. Não é nada pessoal, mas a irresignação se impõe.

 

Então me perdoem se não for contundente o suficiente, me desculpem os vereadores se vou ferir suscetibilidades. Mas não dá para ficar impassível assistindo este momento triste da Câmara. Sinto vergonha por tantas vezes ter defendido a manutenção de 17 vereadores na Casa. Mas como defender isto se na semana passada em sessão solene de homenagem à professora Luci Maria Salvador apenas quatro vereadores compareceram? Como admitir que a sessão da última segunda-feira tivesse apenas sete minutos? Como entender que os vereadores aprovaram a audiência pública pra discutir a questão do fechamento do ensino médio noturno no Alfredo Aveline e  só três permanecerem no plenário (Neilene, Rubbo e Camerini).

 

Acho que o folclore de Bento, graças a esta legislatura que chega a um final melancólico, será enriquecido de novos ditos populares. Cito alguns: “mais liso que vereador se esgueirando em dia de sessão solene”; mais rápido que certas sessões das Câmara”, “mais vazio que a Câmara em dias de audiência pública”.

 

Ontem mesmo o vereador Moisés Scussel, líder de Governo e possível futuro presidente da mesa, fez discurso emocionado, conclamando servidores que ali estavam a protestar pelo atraso em seus salários: “Vocês precisam vir aqui sempre, acompanhar nosso trabalho não apenas quando for do seu interesse”. Com todo o respeito, vereador, mas onde o senhor estava quando começava a audiência pública? E onde estavam seus colegas quando o senhor juntamente com o vereador Raquete e Marcio Pilotti assistiram à homenagem proposta por Tonietto, também presente, à professora Luci Salvador? Ora, se pelo menos mais 13 vereadores não costumam prestigiar as iniciativas dos seus colegas, porque é que estas pessoas com seus salários em atraso deveriam fazê-lo?

 

E já que é pra passar o rodo, onde estava o Ministério público? Onde estava um mísero representante do executivo municipal? Ah sei, os 66% dos votos permitem tudo. Então façam como o STF tenta fazer em Brasília. Ignorem o Legislativo. Quem sabe vamos fechá-lo. É mais barato.

 

Em tempo: acho plausível o fechamento do ensino noturno no Aveline. Há bons argumentos para tanto. O que não entendo é esta desconsideração e falta de coragem para o debate.

 

Sujeitem-se aos apupos. Argumentem. Só não ignorem. Isto é prepotência. Ou preferem, como  ocorreu ontem pela manhã, quando o secretário de Governo só recebeu o pessoal da Saúde com salários em atraso, após muito apito e buzina nos ouvidos de quem trabalha na prefeitura e de todos os seus vizinhos (dos que votaram e dos que não votaram em Pasin)

 

 

moisés