Cerca de 22 alunos da Escola Municipal Alfredo Aveline fizeram um protesto em frente ao colégio na noite de quarta-feira, dia 29, em Bento Gonçalves. Os motivos que levaram a manifestação foi a desigualdade do turno da noite, com o turno da manhã perante a direção da escola.
Segundo os estudantes, eles são impedidos de usar sala de informática, laboratório e vídeo, pois precisam marcar com 72h de antecedência e quando chega o dia que seria disponibilizado, motivos como esquecer a chave e o PowerPoint estar estragado são alegados para que eles não possam utilizar o serviço. Outros motivos são o banheiro, pois não possui papel higiênico para os alunos e em caso de beber água, eles precisam pedir para a supervisão da escola, pois o bebedouro fica no lado externo do pátio, não podendo ser usado. A área de circulação dos estudantes é fechada e não possui o serviço. O bar da escola não é aberto todos os dias para que eles possam comprar lanches e a merenda doada pela escola é medida por aluno e eles não podem repetir, mas alegam que chegam direto do trabalho, pois todos tem atividades durante o dia, e as vezes estão com fome.
Eles reclamam também da falta de comunicação com a diretora Elisabete Teresinha Rech Pasin, que segundo uma das alunas, que não quis ter o nome divulgado, aparece no turno da noite uma vez por semana, mas eles quase nunca veem e conseguem conversar com ela. Os contatos são sempre com a vice-diretora Neusa Siqueira, que acaba por não resolver as reivindicações.
No protesto os alunos fizeram um abaixo-assinado e no documento escreveram que sentem-se injustiçados pela direção da escola com todos esses ocorridos. "Isso só acontece no turno da noite, pois os alunos tem contato com alunos do diurno, e a maioria estudou já de manhã, e sabe como eles são tratados diferentes, de noite tudo é passado de mão em mão e nada é resolvido quando possuímos dúvidas. Os alunos não tem contato nenhum com a diretora da escola, e quando vão conversar, precisa ser agendado um horário, porém este horário nunca chega. Por este motivo resolvemos nos unir e protestar contra tudo isso, para que enquanto estivermos na escola e os futuros alunos não passem pelo mesmo".
Outro caso que deixou os estudantes indignados foi uma gincana promovida pelo colégio, em que o noturno foi avisado de última hora, sem conseguir se programar para algumas tarefas sobre o desfile de Rainha/Rei e por isso desistiram de participar. E a passarela coberta do colégio, não é liberada em dias de chuva. "Os alunos estão cansados de ser tratados com indiferença e ainda por cima nos falam que seremos excluídos das atividades escolares caso não dançássemos na festa junina", afirmou a aluna.
A vice-diretora da escola Neusa Siqueira se mostrou disposta a conversar com os alunos no momento da manifestação, mas com a condição de ocorrer uma reunião dentro da escola, na sala de aula. E ainda declarou que passaria as reivindicações para a diretora.
As 20h50, cinco alunos entraram para falar com a coordenadora da noite para solicitar uma reunião com os responsáveis. Previamente ficou marcada para sexta-feira, dia 1º de julho, na escola. Caso o encontro não ocorra os alunos afirmam que irão continuar protestando pelos direitos iguais aos dois turnos.