Memória LEOUVE

A resposta está no espelho

A resposta está no espelho

Quando se tenta explicar o inexplicável o risco é cair no ridículo. Ouvi isto da minha mãe em algum momento que não tinha como explicar uma enrascada em que me meti. Da mesma forma, muitas vezes procuramos culpados de nossos fracassos quando eles estão em nós mesmos.

 

Pois vejo os vereadores de Bento Gonçalves tentando justificar a proposição da mesa diretora para a antecipação do horários das sessões legislativas para as 14 horas. Hoje as duas sessões são às 18h. Fala–se em economizar horas extras. Bobagem. Fui checar, como no portal transparência não há nada a este respeito, liguei para o contador da Casa, o Juliano Consoli, que diferente dos políticos, não foge às respostas. De despesa mesmo, só a contratação da guarda externa. No mais há compensação de horário por conta dos servidores.

 

A meu ver personalíssimo, a única vantagem das duas sessões às 14 horas é termos a totalidade dos vereadores na Casa em horário de expediente. Fora das sessões ( porque há desconto no contracheque para quem falta sem justificativa comprovada), nunca vai se ver eles todos por lá. Mas marcar as sessões para segundas e terças se deve a que propósito mesmo? Arrisco dizer que é para minar a consolidação das segunda sessão semanal enfim, para mostrar o quanto ela é desnecessária.

 

Sinceramente, sei que pode parecer antidemocrático trazer a sessão para o horário em que os trabalhadores estão cumprindo sua jornada laboral. Mas cá entre nós, a população pouco vai à Câmara e se vai é para defender algum interesse muito pessoais.

 

Sei que hoje o vereador Pessutto reassume a presidência da Casa após um tour pelo Executivo, onde cobriu as férias do Prefeito Pasin. Há possibilidade da dose se repetir em dezembro. Mas não está fácil a volta de Pessutto. Depara-se com denúncias que provocaram tremendo mal estar na Casa. Como a Câmara pagou curso agora em novembro para três vereadores que não se reelegeram? Qual seria a finalidade deste gasto com inscrição e diárias quando a pregação para o público externo é de economia?  

 

E a questão da assessora do Vereador Scussel que raramente aparece na Casa Legislativa? É caso único? Talvez hoje sim, mas em outros tempos certamente que não. Olha. São dois assuntos que não cabem em época de pregação de moral e bons costumes. Mas também não devemos esquecer que são denúncias que “vazam” porque está em jogo o comando da Casa nos próximos dois anos. Scussel era pule de dez até outro dia. Em qualquer ambiente político mais ou menos sério esta denúncia tem o poder de nitroglicerina ou seja lá qual é o explosivo utilizado em implosões. Tudo pelos ao chão.

 

 

Finalizo observando que os vereadores não devem perder tempo em procurar inimigos na trincheira pra saber quem anda passando informações à imprensa – se é que isto ocorre. Nem devem procurar inimigos na própria imprensa. Se quiserem saber quem anda acabando com a reputação da Câmara sugiro irem até o banheiro da Casa e olhar para o espelho lá instalado.