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A Odebrecht é maior que o petrolão

A Odebrecht é maior que o petrolão

A grande notícia desta semana na Operação Lava-Jato é que o empresário Marcelo Odebrecht, alvo de mais um processo que tem como réu o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, está prestes a fechar o mais esperado acordo de delação premiada desde que a operação começou a desmantelar o gigante esquema de corrupção do petrolão.

 

Caso a delação da Odebrecht seja confirmada, sai da frente, que ela tem tudo para causar um verdadeiro terremoto no fétido submundo da política dos botocudos.

 

Se usar sua metralhadora de calibre ponto 100, como o ex-presidente José Sarney definiu o potencial de estrago da Odebrecht, acertará políticos de todos os calibres, governistas ou não.

 

E não se descarta que alguns tiros acertem em cheio o agora blindado presidente Michel Temer, considerado por muitos delatores como o gerentão da corrupção no PMDB e denunciado pelo ex-parceiro Eduardo Cunha por ter embolsado pelo menos R$ 5 milhões em propina.

 

O certo é que Marcelo Odebrecht tem muitas histórias para contar, sim senhor, porque a empresa da família mantém grande intimidade com o poder e com a Petrobrás desde sua fundação na Bahia pelo engenheiro Norberto Odebrecht lá se vão 70 anos.

 

Para se ter uma ideia, os negócios da Odebrecht com a Petrobrás nasceram junto com a estatal, em 1953, e, desde lá, muitos contratos celebraram juntas, até que viraram sócias na operação da Braskem, aliás, um episódio considerado um megaescândalo que ainda está por ser investigado, isso sem falar na já famosa lista da propina que revela centenas de políticos entre os beneficiados com a máquina da corrupção.

 

Afinal, tanta promiscuidade com o poder não nasceu ontem, e precisa definitivamente ser deixada às claras se queremos mesmo passar este país tupiniquim a limpo. Porque os escândalos da Odebrecht são ainda maiores que o petrolão.

 

Porque não é possível que a Odebrecht goze de 30 anos de intimidade com o governo, aliás, com todos os governos desde os tempos dos militares, sem a conivência de gente muito grande nesta república das bananas.