Certa vez li numa das tantas e inspiradas crônicas do Luiz Fernando Veríssimo, o grande filho do Érico, que ele apanhava muito do computador mas que enfim resolvera abandonar a máquina de escrever e aderir ao teclado. Pois a pressa da tecnologia nos engole e confesso, não tem sido fácil acompanhar a evolução das redes sociais.
Fiz meu perfil no Orkut uns anos atrás e abandonei. Amigos me visitavam e ficavam de mal comigo porque não os aceitava. Isto porque entrava no negócio umas duas vezes por ano. O twitter abandonei à sua própria sorte, talvez um pouco antes da hora e já estou revendo minha posição, pois ele é o mais ágil e o mais eficiente quando se trata de espalhar uma notícia. Meu problema é de fidelidade, monogamia mesmo. Mas, neste caso, não dá pra ter exclusividade, é preciso extrair o que de bom cada rede te oferece.
Desnecessário dizer das vantagens das redes sociais. Ali se encontra amigos que há muito tempo estavam fora de nossas vidas sem que quiséssemos. Ali notícias boas e más se espalham com a velocidade de mil furacões. É nelas, nas redes sociais, que temos oportunidade de diversão e informação, fazemos e perdemos amigos. Mas esta semana uma ótima notícia se confirmou. Agora você pode dizer no Facebook se é ou não doador de órgãos.
A parceria com o Ministério da Saúde, quer reunir e cadastrar possíveis doadores entre os mais de 37 milhões de usuários e ontem aqui mesmo na rádio vi uma colega se cadastrando. Basta ao internauta adicionar a informação de que é doador em sua linha do tempo e compartilhar sua história sobre quando, onde e porque decidiu se tornar um doador.
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Esta é mais uma oportunidade para que o doador registre em vida o seu desejo para ser um doador de órgãos. Mais que isto, o diálogo é direto com o público jovem que pode registrar este desejo e compartilhá-lo com amigos e familiares. Sem dúvida um serviço social e humanitário de uma ferramenta que tem usuários em todo o mundo.
Enfim, ler piadas, pensamentos, ver fotos, saber da vida dos outros sem sair de casa, receber mensagem dos candidatos nas eleições, tudo isto tem ajudado muitas pessoas e efetivamente tem tirado muitas delas de uma vida aborrecida, de ostracismo e da alienação social, mas é pouco para um fenômeno da tecnologia e da comunicação. A prestação de serviços úteis pode e deve ser ampliada como fica bem comprovado neste caso. Muito boa a iniciativa do Ministério e do s administradores do face.
Muito bem, chegamos ao mês de agosto e começa a contagem regressiva para o final de 2012. São cinco meses em que a indústria, comércio e serviços, enfim, todo mundo que trabalha, tentará correr atrás dos prejuízos de um primeiro semestre de marcha à ré. Fazia um tempinho que o Brasil não experimentava esta sensação incômoda de economia em câmera lenta. Se é que pode se extrair algo de bom nisto fica a seguinte lição: não somos uma China de mega PIBs, e estamos muito longe ainda de nos tornarmos uma Alemanha ou os Estados Unidos da América. Sem complexo de vira-lata, mas também sem ficar por aí posando de novo rico. Então, a hora é de arregaçar as mangas e tratar de salvar o ano que talvez ainda dê pra minimizar o prejuízo.
