Não sei se vocês têm notado, mas a gente está vivendo um período muito perigoso pra continuidade do combate à corrupção no país.
E o fim da impunidade dos corruptos neste país de botocudos precisa ser tratado como uma necessidade prioritária da Nação, porque a corrupção afeta toda a vida da sociedade e do Estado, mesmo que, às vezes, seja difícil a gente perceber isso.
Por isso, a corrupção não pode ser tratada como um mal menor, como querem fazer agora com o Caixa 2 das campanhas, que, aliás, é a mãe de toda a corrupção.
A corrupção aumenta a desigualdade social, afasta os investimentos, piora o ambiente de negócios, dificulta a criação de empregos e prejudica a qualidade dos serviços públicos, e olha que esses são apenas os danos mais evidentes.
O problema é que, depois de prender uma boa cota de petistas e seus apaniguados, agora que a turma do PMDB e os emplumados tucanos aparecem cada vez mais nas denúncias, a gente já começa a ver a turma do deixa disso entrar em ação.
Afinal, a gente não pode esquecer que no país do célebre bordão "rouba mas faz", o novo governo já disse a que veio, e a operação estanca sangria, como afirmou o novo líder do governo no Senado, o investigado Romero Jucá, está em pleno vapor, patrocinada por Temer e sua turma.
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O pior é que, como fizeram os petistas que se mantiveram cegos com a descoberta do mensalão e agora com o petrolão, os indignados de ontem fecham os olhos pra turma do Temer, ou pro Aécio, pro Alckmin e a penca de escândalos tucanos e já não vestem mais verde e amarelo pra bater panelas nas ruas.
O fato é que no quintal do poder as acusações de corrupção não colam, com o argumento de que o principal agora é a tal retomada do crescimento.
Pura balela. Na essência, o que tanto uns antes como agora outros tentam é justificar a roubalheira que contamina o país e afeta a vida dos cidadãos e das empresas.
Por isso, o clamor social pelo fim da impunidade precisa ir além de chutar petista morto e do que não dizem agora os jornais nacionais.
Porque as delações e as denúncias seguem mostrando que a corrupção se instalou no estado brasileiro há muito tempo, e continua entranhada nas relações entre a administração pública, os partidos políticos e a iniciativa privada.
