Memória LEOUVE

A caixa de Pandora dos fundos de pensão

A caixa de Pandora dos fundos de pensão

Mais uma caixa preta da corrupção neste brasil varonil começa agora a ser aberta pelas investigações da Polícia Federal. Dessa vez, a devassa é nos fundos de pensão das principais estatais brasileiras, aquelas contas bilionárias que concentram boa parte da poupança de muitos brasileiros empregados das estatais e bancam aposentadorias, planos especiais de saúde e até financiamento de imóveis, mas que se notabilizaram mesmo participando com todo o gás nas privatizações do governo FHC nos anos 90 e depois nos principais negócios envolvendo obras de infraestrutura do país nos anos de Lula.

 

Pois não é de hoje que essa matemática não fecha, mas até agora pouco se fez pra zerar a conta. Até uma CPI foi aberta no ano passado, mas como por aqui CPI é só uma sigla pra indicar corrupção, pizza e impunidade, é evidente que não deu em nada.

 

Há tempos os sinais de alerta sobre rombos bilionários, desvios e investimentos malogrados já tocavam, e desde o início da Lava-jato, que aliás completou dois anos esta semana, se fala da necessidade de abrir essa caixa de segredos.

 

Pois agora a Polícia Federal decidiu abrir a caixa de Pandora e deixar aparecer todos os males do mundo de negociatas bilionárias que envolvem os fundos de pensão das principais estatais tupiniquins: a Previ, do Banco do Brasil, a Petros, da Petrobrás, a Funcef, da Caixa Federal e o Postalis, dos Correios.

 

Os indícios de que um esquema parecido com o petrolão rolava por ali são fortes e assustadores, e é preciso desmascarar a nefasta influência política na gestão dos fundos, que tem um importante poder financeiro para o nosso processo de desenvolvimento econômico e social.

 

A questão é que, por trás de negócios malfeitos, investimentos suspeitos ou pouco rentáveis e manipulação incorreta de recursos, responsáveis por provocar prejuízos bilionários aos pensionistas, se escondem interesses escusos e parcerias duvidosas.