Um morador de Bento Gonçalves, que mantinha tartarugas em cativeiro há cerca de 30 anos, teve os animais apreendidos na terça-feira (12) pela Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram). Ele confirmou que não possuia documentação regularizada e foi conduzido para prestar depoimento, assinou um Termo Circunstanciado e foi liberado.
Foram recolhidas uma tartaruga-tigre-d’água (Trachemys dorbigni), espécie silvestre da fauna brasileira, e duas tartarugas-de-orelhas-vermelhas (Trachemys scripta elegans), espécie invasora cuja criação é proibida sem autorização. Os animais foram encaminhados a um fiel depositário habilitado, responsável por garantir os cuidados necessários até decisão judicial.
O proprietário ressaltou o longo período de convivência com os animais e o cuidado dedicado a eles.
“Foi um presente que eu dei pra minha filha. Na época não tinha problema nenhum, comprávamos em qualquer pet shop. Já foi proibido uns anos atrás, mas elas eram muito bem tratadas. Pra viver todo esse tempo com a gente, elas tinham que ser cuidadas, água sempre trocada, tudo dentro dos conformes”, disse.
Ele também comentou sobre a repercussão nas redes sociais, esclarecendo que não houve prisão.
“Divulgaram que eu tinha sido preso, mas não foi o que aconteceu. Fui apenas dar minha declaração. Espero que cuidem bem, tanto quanto eram cuidadas aqui. É triste, mas fazer o quê?”
O episódio destaca o conflito entre normas ambientais atuais e práticas de criação de animais que, por décadas, eram comuns e aceitas.