
A natureza é cheia de fenômenos impressionantes e nem todos são inofensivos. Um deles está na Amazônia peruana, onde corre o Shanay-Timpishka, considerado o rio mais quente do mundo. Conhecido popularmente como Rio Fervente do Amazonas, suas águas podem alcançar quase 100 ºC, temperatura capaz de matar animais em poucos segundos.
Diferentemente do que o nome sugere, o aquecimento não é provocado pelo sol, mas sim por falhas geológicas que permitem a emergência de águas subterrâneas extremamente quentes vindas das profundezas da Terra. Animais que entram na água morrem rapidamente, já que o calor extremo cozinha os tecidos antes que consigam escapar.
Pesquisas realizadas em 2024 instalaram 13 sensores ao longo do rio, registrando temperaturas do ar entre 24 °C e 45 °C. O estudo revelou que quanto mais quente a área, menor é a diversidade de plantas, enquanto espécies resistentes ao calor se tornam predominantes.
A vegetação próxima ao rio apresenta sinais de estresse térmico e ressecamento, mesmo em um ambiente tipicamente úmido da Amazônia.
Cientistas utilizam o Shanay-timpishka como modelo natural para entender os efeitos do aquecimento global sobre florestas tropicais, estudando como temperaturas extremas afetam a biodiversidade e a adaptação das espécies.
Além do valor científico, o rio é considerado sagrado por comunidades locais, simbolizando a importância de preservar a Amazônia para evitar impactos climáticos globais.