MEIO AMBIENTE

Operação combate tráfico de animais silvestres no interior do RS

Ação conjunta da Secretaria do Meio Ambiente, Polícia Federal e Ibama apreendeu 73 aves

Foto: Divulgação / Sema
Foto: Divulgação / Sema

Uma operação conjunta da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), da Polícia Federal e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), apreendeu 73 aves de 14 espécies diferentes em Bagé e Dom Pedrito, na região da Campanha. Entre os animais resgatados na ação, que ocorreu na quarta-feira (30/7) e que teve o objetivo de reprimir a caça ilegal e o tráfico de fauna silvestre, estão um casal de cardeais-amarelos, ameaçados de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Além dos cardeais amarelos, havia um pássaro migratório conhecido como caboclinho-de-papo-branco, classificado como em perigo pela Lista Vermelha da IUCN, e pássaros não-nativos do Rio Grande do Sul. Foram apreendidos diversos instrumentos utilizados para a captura ilegal, como alçapões, redes de neblina, arapucas, caixas de som para canto e medicamentos. As aves apresentavam sinais de estresse devido às condições em que eram mantidas em cativeiro.

Pássaros foram devolvidos à natureza

A ação, batizada de Operação Púrpura II, é um desdobramento da Operação Púrpura, realizada em 2023, que investigou uma associação criminosa envolvida no tráfico intermunicipal e interestadual de animais silvestres. A nova fase da operação foi motivada pela análise de dados da delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (DELEMAPH), da Polícia Federal, que revelou novas conexões e práticas criminosas.

“O tráfico de animais silvestres provoca uma grande interrupção no fluxo natural da biodiversidade. Na natureza, tudo está interligado. Uma ave que distribui sementes, por exemplo, quando é retirada da natureza, significa árvores a menos, nascentes desprotegidas e ambientes cada vez mais comprometidos e menos diversos,” explica a médica veterinária da Sema, Moira Ansolch. 

Os pássaros, que apresentavam sinais de captura recente, foram devolvidos à natureza, enquanto as gaiolas e viveiros foram inutilizados., enquanto as gaiolas e viveiros foram inutilizados. Segundo os responsáveis pela operação, os infratores são reincidentes e mantinham os animais em condições degradantes, em ambientes escuros, sem acesso à luz solar e em locais insalubres, como cozinhas.