Em um passo histórico para o meio ambiente e a matriz energética do Rio Grande do Sul, a CRVR (Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos) inaugurou na segunda-feira (15) a primeira usina de biometano do estado, batizada de Biometano Sul. Localizada no aterro sanitário da empresa em Minas do Leão, a planta transforma o gás gerado por resíduos orgânicos em gás natural renovável de alta eficiência, pronto para abastecer a indústria gaúcha.
Com investimento de R$ 150 milhões, aportado pelo Grupo Solví (controlador da CRVR) e pela Arpoador Energia, a planta tem capacidade para produzir até 66 mil metros cúbicos de biometano por dia — o suficiente para abastecer uma frota de mais de mil ônibus urbanos ou dezenas de fábricas de médio porte.
Tecnologia Verde a Serviço da Indústria
O diferencial da planta está na utilização da tecnologia Water Wash, que purifica o biogás retirando CO₂ e impurezas, resultando em um gás limpo, eficiente e com qualidade semelhante ao gás natural veicular (GNV).
Impacto Ambiental Direto
Além de gerar energia limpa, a usina contribui de forma decisiva para a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), especialmente o metano, que tem potencial de aquecimento global 25 vezes maior que o CO₂. O projeto ainda impulsiona a transição energética do Rio Grande do Sul, posicionando o estado na vanguarda da sustentabilidade no setor de resíduos.
Um Novo Capítulo para Minas do Leão
O município de Minas do Leão, historicamente vinculado à mineração e à gestão de resíduos, passa agora a ser referência em energia renovável no Brasil. A Biometano Sul é mais do que uma usina: é um símbolo de transformação econômica e ambiental.
O Que é o Biometano?
O biometano é um gás renovável obtido a partir do biogás — que, por sua vez, é gerado pela decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos sólidos urbanos. Ao ser purificado, esse gás pode ser utilizado como substituto do gás natural fóssil, com aplicações em transporte, indústria e geração de energia.
Perspectiva de Expansão
Com a planta de Minas do Leão como modelo, a CRVR e o Grupo Solví já avaliam a possibilidade de ampliar o projeto para outros aterros no estado. A expectativa é que, nos próximos anos, o biometano se torne peça-chave na matriz energética do Sul do Brasil.