A Defesa Civil de Bento Gonçalves, em parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), iniciou nesta terça-feira (11) a instalação de uma plataforma de coleta de dados (PCD) geotécnica para monitoramento de chuvas e umidade do solo. A primeira fase do projeto ocorre na comunidade da Linha Alcântara, em Faria Lemos, como parte do Projeto RedeGeo, desenvolvido pelo Cemaden.
Os equipamentos permitirão correlacionar o volume de chuvas com a umidade do solo, aprimorando o monitoramento de desastres relacionados a movimentos de massa.
“A ideia é proporcionar o monitoramento através de tecnologia de medição de chuva e umidade do solo, que representam os parâmetros principais na deflagração desses processos tão severos que acarretam impactos ambientais e humanos”, explica o pesquisador responsável pelo projeto, Márcio de Andrade.
O objetivo da ação é proporcionar, em tempo real, a produção de dados que permitam à sala de operação da Defesa Civil do Cemaden ter antecipadamente a informação para emissões de alerta e acionamento dos planos de contingência.
Para a implementação da iniciativa, o geólogo Lucas Rafael Norenberg Barbosa, da Defesa Civil, realizou um levantamento preliminar das áreas mais vulneráveis para a instalação dos equipamentos.
“O trabalho será muito importante para o monitoramento no futuro, prevenindo eventos climáticos extremos e possibilitando alertas antecipados à população sobre possíveis riscos”, destaca Barbosa.
A equipe técnica responsável pelo projeto conta com pesquisadores do Cemaden, incluindo Daniel Metodiev e Harideva Egas, além de especialistas de universidades federais parceiras, como Gean Paulo Michel (UFRGS/UFF) e Nelson Ferreira Fernandes (UFRJ).
Moradora da Linha Alcântara, Lidia Barreto Trevisan reforça a importância da ação:
“Achamos muito importante que o pessoal venha aqui para colocar o aparelho para dar mais segurança, com tudo que aconteceu. Achamos muito bom isso, é uma ajuda para a gente. É importante para o nosso lugar que viveu uma tragédia“.
O secretário de Segurança, Coronel Sandro Carlos Gonçalves da Silva, também ressalta os benefícios do monitoramento:
“A importância dessa etapa do projeto para Bento é muito grande, pois vamos conseguir monitorar a questão pluviométrica e também a umidade do solo, que influencia no risco de deslizamentos. Com as plataformas de coleta de dados, teremos um monitoramento qualificado para alertar a comunidade com antecedência e minimizar riscos de desastres“.
A primeira fase do monitoramento segue até esta quinta-feira (13), e a previsão é que a instalação completa dos equipamentos ocorra ao longo do segundo semestre deste ano.