CELEBRAÇÃO

Dia do Colono e os 150 Anos da Imigração Italiana no RS: legado na Serra Gaúcha

Data reconhece o trabalho dos agricultores e reforça a importância dos colonos italianos na formação econômica e cultural da região

Foto: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami - Álbum Recordação das Colônias. Transporte de mercadorias entres as coloniais Conde D’Eu, Dona Isabel, Alfredo Chaves, Antônio Prado e Caxias (Produção: 1885 - 1897)
Foto: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami - Álbum Recordação das Colônias. Transporte de mercadorias entres as coloniais Conde D’Eu, Dona Isabel, Alfredo Chaves, Antônio Prado e Caxias (Produção: 1885 - 1897)

O Dia do Colono, celebrado em 25 de julho, valoriza o agricultor familiar que produz alimentos, movimenta a economia e preserva tradições. No Brasil, mais de 75% dos estabelecimentos rurais são familiares, segundo o IBGE. No Rio Grande do Sul, esse número é ainda mais expressivo. A Serra Gaúcha é um dos principais exemplos desse modelo produtivo, com milhares de propriedades que seguem ativas há gerações.

As cidades da Serra Gaúcha se destacam por integrar o meio urbano e o rural. Em poucos minutos, o morador ou visitante sai do centro urbano e encontra vinhedos, hortas e criações nas colônias. É comum a compra direta de alimentos e produtos nas propriedades dos colonos, fortalecendo a economia local e estreitando a relação entre produtor e consumidor. Essa proximidade mantém vivo o espírito comunitário das origens da região.

Neste ano, o Dia do Colono ganha destaque especial com os 150 anos da imigração italiana no RS. Em 1875, os primeiros imigrantes italianos chegaram à região de Nova Milano, atual Farroupilha. Enfrentando mata fechada, geadas e isolamento, eles iniciaram a ocupação agrícola da Serra. Suas colônias deram origem a cidades como Caxias do Sul, Flores da Cunha, Bento Gonçalves e outras, hoje referências em produção rural e vitivinicultura.

Foto: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami – Álbum Recordação das Colônias. Transporte de mercadorias entres as coloniais Conde D’Eu, Dona Isabel, Alfredo Chaves, Antônio Prado e Caxias (Produção: 1885 – 1897)

A influência da Imigração Italiana na Serra Gaúcha

A influência dos colonos italianos permanece visível nas propriedades familiares que produzem uva, milho, hortaliças, embutidos e vinho. O modelo de produção evoluiu com tecnologia, cooperativas e agroindústrias, mas mantém as raízes culturais. O idioma Talian, a gastronomia e o modo de vida no campo refletem o legado dos descendentes de imigrantes italianos na Serra Gaúcha.

Foto: Rádio Viva FM. Vanderlei Suliane, Emílio Nunes e Carla Dalprá Suliani

O legado dos colonos na Agricultura Familiar

Vanderlei Suliane, afirma que é agricultor desde sempre, seguindo os passos de seus pais e avô, que veio da Itália. Ele vive na comunidade de Santana, Capela Santana, no interior de São Marcos e é casado com Carla Dalprá Suliani. A história de Vanderlei Suliane representa milhares de outras famílias da Serra que mantêm o legado italiano no campo e seguem produzindo com dedicação e orgulho.

Foto: Rádio Viva FM. Propriedade de Vanderlei

Celebrar o Dia do Colono na Serra Gaúcha é mais do que olhar para o passado. É valorizar quem garante alimentos de qualidade, mantém a cultura local e contribui com o desenvolvimento sustentável da região. O agricultor de hoje é herdeiro direto do esforço dos imigrantes italianos no Rio Grande do Sul, e segue com os pés na terra e os olhos no futuro.