Caxias do Sul

Vice-prefeito de Caxias vai se licenciar do cargo a partir de 2018

Ricardo Fabris de Abreu estava sem partido desde o dia 3 de maio, quando deixou o PRB. (Foto: Ricardo de Souza/Grupo RSCOM)
Ricardo Fabris de Abreu estava sem partido desde o dia 3 de maio, quando deixou o PRB. (Foto: Ricardo de Souza/Grupo RSCOM)

O vice-prefeito de Caxias do Sul, Ricardo Fabris de Abreu, vai se licenciar do cargo por tempo indeterminado a partir de 1º de janeiro de 2018. Nesta terça-feira, dia 21, Fabris encaminhou um documento à Câmara de Vereadores comunicando a decisão. No período em que estiver licenciado, o vice-prefeito não receberá nenhuma verba pública.

A medida, no entanto, não significa o abandono da função, uma vez que, em caso de ausência do prefeito Daniel Guerra, Fabris assumiria o comando do município. “Ele mesmo diz que não vai fazer isso e eu vejo como uma hipótese improvável de ocorrer, mas sim, na hipótese de ele se ausentar eu tenho a minha obrigação como vice-prefeito. Se isso ocorrer, por esse ou aquele motivo, eu pediria à Câmara o cancelamento da licença e assumiria a prefeitura sim”, explica o vice-prefeito.

Ricardo Fabris de Abreu deve concorrer a deputado nas eleições do ano que vem (Foto: Ricardo de Souza/Grupo RSCOM)

Segundo Fabris, pouca coisa deve mudar na administração municipal com a saída dele, uma vez que o vice acusa o prefeito Daniel Guerra teria dificultado sua atuação desde que os dois romperam as relações. “Na prática pouco muda, porque o prefeito já cerceou tudo o que foi possível mesmo, então na realidade só estou formalizando algo que ocorre”, afirma.

Na semana passada, Fabris obteve duas vitórias judiciais contra o prefeito. Em uma ação movida pelo executivo que pedia a extinção do mandato do vice e, em outra, no qual o vice pedia um mandado de segurança para o seu gabinete. Conforme o vice-prefeito, a saída dele tem como objetivo propor uma trégua na disputa com o prefeito. “Essas decisões já foram proferidas, foram favoráveis, e eu espero que os próximos anos, a partir de 2018, não sejam dessa constante briga política e desacerto que houve entre o prefeito e eu. Eu pensei que um licenciamento do cargo deixa o prefeito mais à vontade para realizar o seu governo a partir do ano que vem sem a minha interferência direta”, argumenta.

Vice-prefeito renunciou ao cargo em março, mas voltou atrás

No dia 6 de março, Fabris entregou uma carta de renúncia à Câmara de Vereadores, alegando que deixaria o cargo no dia 31 do mesmo mês. No dia 21 de março, ele voltou à Câmara para anunciar que havia reconsiderado a decisão.

Impeachment do prefeito

Em setembro, a relação entre prefeito e vice teve mais um capítulo. No dia 19, Fabris protocolou uma denúncia em que acusa o prefeito Daniel Guerra de cometer infrações político-administrativas, além de crime de responsabilidade e ato de improbidade administrativa. A denúncia foi rejeitada pela Câmara de Vereadores.

Eleições 2018

O licenciamento de Fabris também tem como pano de fundo a eleição do ano que vem. Apesar de ainda não confirmar oficialmente, a tendência é que ele concorra a Deputado Federal. “Não tomei nenhuma decisão ainda, vou fazer isso em um momento oportuno. Também não vou ingressar nesse momento em nenhum partido. Essa licença previne que eu possa sofrer o ano que vem, em março, algum outro tipo de represália disfarçada do prefeito, no sentido de me forçar a assumir a prefeitura mesmo que por um dia com o único objetivo de prejudicar e me tornar inelegível”, finaliza.